Olá, pessoal, meu nome é Tânia Grillo, sou médica, e trabalho no Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Rita. Hoje estou aqui para explicar alguns mitos e verdades sobre a vacina contra a COVID-19.
Em tempos de divulgação de tantas notícias falsas e sem credibilidade, é muito importante procurar se informar sobre este assunto, ou qualquer outro, em fontes confiáveis. Vamos lá, então?
Mito. Não existe vacina, nem contra COVID, nem contra qualquer outra doença, que garanta 100% de imunização. As vacinas reduzem muito as chances de adquirirmos as infecções para as quais elas foram produzidas.
Especificamente da COVID, essa proteção contra a aquisição da doença é grande e ampla. Mesmo não alcançando 100%, os estudos realizados até agora têm mostrado que a vacina reduz muito, mas muito, a chance de, mesmo adquirindo a COVID, o indivíduo vacinado com a vacinação completa evolui com episódios da doença muito mais leves e, normalmente, não precisam nem de hospitalização.
Então, por causa disso, mesmo que você já tenha recebido as suas duas doses da vacina, é importante que você continue a tomar os cuidados que são tão recomendados. Evitar aglomerações, usar sempre a máscara e higienizar suas mãos frequentemente.
Verdade. Isso ocorre tanto com a vacina contra a COVID-19 como também com todas as demais vacinas. Só que, os estudos têm demonstrado uma segurança muito grande com vacinas contra a COVID-19. Os sintomas, quando ocorrem, são sintomas muito próprios de vacinas: dor local, mal-estar, baixa febre e extremamente raras manifestações que ainda estão sendo analisadas pelos laboratórios e pelos pesquisadores se são, de fato, determinadas ou não pela exposição à vacina. Então, hoje os estudos mostram que o uso da vacina tem se demonstrado muito seguro.
Inclusive, teremos em breve um estudo publicado aqui do estado de Minas Gerais sobre a variação dos mineiros vacinados e a ocorrência de sintomas pós-vacina. Esse estudo vai mostrar que a ocorrência dos sintomas foram muito leves na sua gigantesca maioria, e as manifestações mais graves ainda não foram comprovadas que foram determinadas pelo uso da vacina.
Ou seja, é verdade que podem haver sintomas leves que dão bastante segurança no uso da vacina.
Verdade. Usar a máscara corretamente e máscara que tenha um bom grau de proteção. Essas máscaras devem estar tampando tanto boca quanto narinas, previnem a disseminação das gotículas das nossas vias aéreas enquanto falamos, ou quando tossimos ou espirramos. Isso protege o outro e protege você de adquirir o vírus caso o seu interlocutor, ou caso onde você esteja, haja a transmissão aérea do vírus.
Então o uso da máscara é imprescindível e deve ser uma atitude adotada por todos nós. Inclusive por quem já tiver sido vacinado.
Mito. A COVID adquirida naturalmente tem uma chance, que não é pequena, para aqueles que sobrevivem à doença, de evoluir com sinais e sintomas crônicos.
Vários estudos têm sido publicados nesse sentido, mostrando sequelas da COVID. Obviamente que as sequelas não ocorrem em 100% dos indivíduos que pegam a COVID, mas, na maioria das pessoas que tiveram COVID-19, cada uma dessas pessoas virá a apresentar, de uma forma mantida por meses, algum sinal ou sintoma que compromete a sua qualidade de vida.
Um estudo com mais de 400 pacientes acompanhados por 4 meses após a doença, nos Estados Unidos, e publicado no mês de março no Jama (Journal of the American Medical Association), mostra que 51% desses indivíduos relataram algum sintoma mantido até 4 meses após a doença.
Entre eles, desde de manifestações de adinamia, um certo cansaço, mas de forma preocupante, além de falta de ar. Então, ter a COVID naturalmente expõe o cidadão ao paciente, e tem como grande chance de evoluir com algum sinal ou sintoma durante muito tempo com uma difícil recuperação.
Verdade. Os estudos publicados com as experiências com o uso de vacina, atualmente, são todos um consenso: se você tomou a vacina de um determinado fabricante na primeira dose, a segunda dose deve ser desse mesmo fabricante.
Por quê? A técnica laboratorial de produção dessa vacina é diferente entre os diferentes fabricantes. Então, não se garante que: ao se imunizar pela primeira vez com um fabricante que tem uma determinada técnica de produção da vacina e a segunda dose foi de outro fabricante que usa outra tecnologia na produção da vacina, que a memória imunológica poderá reconhecer isso e produzir os anticorpos necessários. Isso não é comprovado e não é identificado.
Portanto, a orientação é que a primeira e a segunda dose sejam sempre do mesmo fabricante.
E, ao final dessas 5 colocações, tornamos a reforçar que, mesmo após a vacinação, continuem tomando os devidos cuidados: usem máscara, higienizem as mãos sempre que possível e mantenham o distanciamento social. Um abraço e até a próxima!
Créditos:
Direitos autorais: CC BY-NC-SA
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