Gestão da Qualidade

A importância dos processos de Gestão da Qualidade na Saúde para entrega de valor

DRG Brasil
Postado em 8 de novembro de 2022 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

A importância dos processos de gestão da qualidade na saúde para entrega de valor passam por diferentes frentes, mas são ímpares para uma entrega diferenciada.

Organizações de saúde focadas em gerar valor estarão sempre um passo à frente. A proposta é um diferencial de qualquer mercado, mas na saúde, onde a mudança é constante, ela se torna fundamental.

Dentro da geração de valor, dois modelos se sobressaem: o Escritório de Valor, ou VMO, estrutura necessária para qualquer organização focada em gerar valor para o cliente, e a gestão da qualidade na saúde

Por isso explicamos neste artigo exatamente o papel de cada um deles e como eles se relacionam com o segmento para entregar um atendimento de excelência ao paciente.

Por que estruturar organizações de saúde para entrega de valor e qual a sua importância no sistema de saúde

Uma organização de saúde deve estar fundamentalmente ligada à geração de valor ao paciente. Entregar qualidade na área é algo imprescindível e essencial. 

Seu objetivo é garantir um serviço de excelência ao cliente, com o melhor resultado assistencial e uma experiência que atenda suas expectativas e também necessidades. Para atingir esse cenário com o mínimo de desperdício, se faz necessária uma integração entre os processos de gestão da qualidade nas organizações de saúde.

A entrega de valor também é altamente adaptativa. Ela se preocupa com o novo e com os diferenciais. Uma estrutura voltada para essa entrega será sempre disruptiva e inovadora, com a possibilidade de ganhos exponenciais.

Como estruturar uma organização de saúde para geração de valor?

Essa construção pede alguns componentes específicos. Em três pontos, temos:

  1. Criação de um Escritório de Valor. 
  2. Capacitação de pessoal. 
  3. Adoção de ferramentas de gestão.

Cada um desses pontos deve ser trabalhado com cuidado, pois se influenciam mutuamente. 

Confira como levar em consideração cada um deles.

A importância de um Value Management Office (VMO)

O Value Management Office (VMO), ou “Escritório de Valor”, é um eixo organizacional responsável pela melhoria contínua de uma organização. É composto por profissionais, especialistas em gestão da qualidade e valor em saúde, e possui capilaridade corporativa para implementar mudanças.

A existência de um VMO é um sinal de maturidade das organizações em saúde. Sua composição atesta o comprometimento com a melhoria contínua e gestão assistencial de uma instituição.

Qual o objetivo dessa estrutura de gestão

O objetivo de um Escritório de Valor é ter um time dedicado à análise de dados e indicadores próprios de entrega de valor de saúde ao paciente para propor melhorias e apontar oportunidades embasadas. Eles geram valor de duas formas: mitigando riscos e aproveitando oportunidades.

Com os dados coletados em vários pontos da operação, o Escritório de Valor pode propor novos frameworks de trabalho, otimizar processos, propor metodologias de redução de desperdício e aumento da eficiência, tornando o atendimento ao paciente mais eficiente, seguro e de qualidade. 

Em suma, seu objetivo é promover mais valor em saúde para os clientes e melhorar os resultados da organização por meio de medidas estratégicas.

Como implementar um Escritório de Valor (VMO) corretamente

Entretanto, esse não é um exemplo simples de ser erguido. Para implementar um escritório de valor corretamente, a organização de saúde precisa ficar atenta à alguns pontos:

  • Integralização de dados
  • Capacitação das equipes
  • Capilaridade organizacional

Integralização de dados

A integralização de dados perpassa desde as cadeias de suprimento de insumos médicos até dados em conformidade com a LGPD sobre diagnósticos e produtividade de equipes assistenciais. Para que esses dados tenham valor, eles precisam ser agregados. Ou seja, conversar uns com os outros.

Para isso, uma organização que queira implantar um escritório de valor otimizado precisa primeiro integrar seus dados e garantir que eles funcionem bem juntos. Só assim informações valiosas vão surgir do big data.

Capacitação de pessoal

Uma equipe qualificada é essencial para a criação de um Escritório de Valor. Deter o conhecimento das metodologias e normas de gestão da qualidade é o que vai proporcionar ao Escritório de Valor um olhar mais apurado para as oportunidades de melhoria. 

Colaboradores treinados serão capazes de observar focos de disfunção assistencial e desperdícios com uma metodologia própria e verificável. Isso também é essencial para garantir o próximo ponto: capilaridade.

Capilaridade organizacional

A capilaridade organizacional é quando o Escritório de Valor consegue fazer suas análises repercutirem na organização. Afinal, um bom insight arquivado não serve para muita coisa. 

Essa capilaridade pode ser feita de algumas maneiras, tanto direta quanto indiretamente. De forma direta, o VMO irá promover melhorias estruturais junto aos líderes de cada setor, processo, linha de cuidado ou especialidade.

E indiretamente, o Escritório de Valor deve fazer com que todos os colaboradores se familiarizem com as normas de gestão da qualidade, os indicadores de desempenho assistencial e sua importância. Essa conscientização pode ser realizada através de seminários e comunicação interna, aumentando a adesão de medidas propostas pelo VMO. 

Como a tecnologia consegue transformar os processos da gestão da qualidade?

Por fim, a adoção de ferramentas de gestão ajuda a dar exponencialidade aos processos de melhoria contínua. Há um limite para o ser humano, quantos dados ele consegue computar e quantas frentes consegue olhar. E é aqui que a tecnologia entra.

Munido das determinações de qualidade, softwares de gestão permitem identificar falhas ou rodar testes estatísticos probabilísticos, identificando padrões invisíveis a “olho nu”. Nas mãos de um VMO, os sistemas fazem as análises e proposições melhorarem significativamente os resultados.

Quais os principais indicadores de desempenho o gestor de saúde deve acompanhar

Como uma boa Gestão da Qualidade é feita a partir de indicadores de desempenho, separamos alguns dos principais KPIs (do inglês Key Performance Indicators)  que o usuário deve conhecer. A análise e a melhoria contínua desses indicadores são viabilizadas em softwares de gestão da qualidade e governança clínica para organizações de saúde.

Percentual de glosa

Esse indicador verifica os itens não pagos pelos planos de saúde. As glosas precisam ser identificadas para um melhor acompanhamento de caso e criação de ações efetivas para evitá-las. O aumento do volume de glosas pode gerar prejuízos consideráveis para as organizações de saúde.

Taxa de ocupação de leitos

Esse dado é importante pois dele podem derivar diversas análises. A recorrência de taxas mais altas em determinado período do ano pode alertar para uma preparação recorrente, devido a temporadas de doenças. Também pode alertar para ineficiência em alguma etapa do processo que mantém o leito ocupado mais tempo do que deveria.

Tempo médio de permanência

Assim como a taxa de ocupação, o tempo de permanência também permite múltiplas análises. Adequar o tempo de permanência ao que é necessário para o tratamento é um grande sucesso para um time de VMO. 

O prolongamento da internação hospitalar para além do tempo necessário pode trazer danos ao paciente, pois aumenta sua exposição a riscos de eventos adversos. Uma alta precoce também pode ser igualmente danosa, já que pode acabar resultando em uma reinternação do paciente pelo mesmo problema de saúde, dentro de um curto período.

Taxa de reinternações evitáveis

Esse indicador é um problema recorrente nas instituições de saúde, geralmente causado por falhas no acompanhamento pós-hospitalar. Uma gestão eficiente de valor em saúde possibilita o uso eficiente do leito hospitalar, o aumento da segurança assistencial, a redução de internações evitáveis e, ainda, a diminuição de readmissões preveníveis.

Uma ação de melhoria planejada para esse conjunto de alvos visa aumentar a resolutividade da atenção primária e estabelecer mecanismos para evitar o crescimento de internações e reinternações evitáveis.

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Créditos/ Imagens

Imagem destacada: Marchmeena29 via iStock

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