O médico infectologista e especialista em gestão de saúde pública abordou alguns aspectos que influenciam nas estatísticas desfavoráveis de vacinação da categoria.
Na última quinta-feira, 21 de julho, a Prefeitura de Belo Horizonte divulgou o calendário para a vacinação da segunda dose contra a Covid-19 entre profissionais da saúde com 37 e 38 anos. Na ocasião, em reportagem do jornal diário MG1, da Globo Minas, fica claro o desconhecimento de parte desses trabalhadores frente à campanha de vacinação e a sua participação no grupo prioritário.
Segundo informações do Governo de Minas, existem funcionários do setor que ainda não receberam sequer a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, mesmo sendo membros de uma das primeiras classes a se beneficiarem com o imunizante.
Ainda de acordo com a reportagem, estima-se que cerca de 12.668 trabalhadores – o que representa 6% da classe – não se vacinaram contra a Covid-19 em Belo Horizonte. Os números ainda revelam que, com as doses destinadas a esse público, seria possível imunizar quase metade dos 28 mil moradores de BH com 39 anos – próximo público da campanha de vacinação.
Em toda Minas Gerais as estatísticas são preocupantes: aproximadamente 14% dos profissionais da saúde não se vacinaram contra a doença, caracterizando 133 mil profissionais que não se imunizaram em todo o estado.
Para o médico infectologista, presidente do Grupo IAG Saúde e cofundador da plataforma Valor Saúde Brasil, Dr. Renato Couto, as falhas na campanha de vacinação podem ser percebidas nos registros e na divulgação entre município e trabalhadores. “São muitos dados coletados e, obviamente, como é uma atividade humana, pode haver falhas. Outro aspecto que deve ser considerado é o da comunicação. Apesar de ser grande o esforço por parte do município, do estado e principalmente dos veículos de mídia, nem sempre é possível atingir todo o público”, destaca.
Entenda a diferenciação da Prefeitura de Belo Horizonte para profissionais e trabalhadores da saúde
Com a chegada de novas doses, ainda não é possível mensurar ou antecipar quais serão os próximos públicos a ganharem a imunização. É importante entender também os termos utilizados para profissional e trabalhador da saúde pela prefeitura da capital mineira. Conforme divulgado pela PBH, são considerados profissionais da saúde 14 categorias:
- médicos
- enfermeiros
- nutricionistas
- fisioterapeutas
- terapeutas ocupacionais
- biólogos
- biomédicos
- farmacêuticos
- odontólogos
- fonoaudiólogos
- psicólogos
- assistentes sociais
- profissionais da educação física
- médicos veterinários
Já os trabalhadores da saúde são considerados os profissionais de apoio de estabelecimentos de assistência, vigilância, regulação e gestão à saúde. Ou seja, que atuam em estabelecimentos de serviços de saúde, a exemplo de hospitais, clínicas, ambulatórios, unidades básicas de saúde, laboratórios, farmácias, drogarias e outros locais, sendo caracterizados como: recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias, gestores e outros.
“Apesar de ser grande o esforço por parte do município, do estado e principalmente dos veículos de mídia, nem sempre é possível atingir todo o público.”
Dr. Renato Couto
Se você é profissional da saúde, atua em Belo Horizonte e ainda não se vacinou contra a Covid-19, confira no portal da PBH os requisitos e locais para a sua imunização.
Veja na íntegra a reportagem do MG1 com a participação do Dr. Renato Couto:
- Créditos:
- Imagem destacada: Quadro psd criado por jcomp - br.freepik.com + Divulgação Grupo IAG Saúde
- Conteúdo: TV Globo