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Prefeitura de BH ganha 1º lugar em prêmio internacional por eficiência no tempo de internação hospitalar

DRG Brasil
Postado em 11 de junho de 2021 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Maior acesso da população ao sistema de saúde. Desde o início da implantação da plataforma de valor em saúde DRG Brasil no SUS de Belo Horizonte, este tem sido o principal pilar. Agora, os resultados estão sendo reconhecidos internacionalmente.

A premiação "Gestão para resultados no desenvolvimento” é uma realização do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. O BID trabalha para melhorar a vida na América Latina e Caribe ajudando a melhorar a saúde, a educação e a infraestrutura, mediante apoio financeiro e técnico aos países que trabalham para reduzir a pobreza e a desigualdade.

Nesta sexta edição anual do prêmio, o trabalho intitulado "A experiência da implantação da metodologia Diagnosis Related Group - DRG na rede de saúde pública de Belo Horizonte" foi apresentado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio do Grupo de Inovação em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

Em maio de 2021, veio o resultado: após ser comparada com outros empreendimentos de vários países da América Latina e Caribe, a vivência da PBH foi reconhecida como a melhor iniciativa na categoria “Planejamento Estratégico: Municípios”. 

Dessa forma, o primeiro lugar no 6º Prêmio de Gestão para Resultados e Desenvolvimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID foi apropriadamente entregue aos coordenadores do projeto na SMS/PBH.

Prefeitura de BH ganha 1º lugar em prêmio internacional por eficiência no tempo de internação hospitalar

A implantação da metodologia DRG Brasil na rede de saúde pública de BH: resultados positivos e concretos

Você já sabe o que é DRG: uma experimentada metodologia de categorização de pacientes internados em hospitais, de acordo com a sua complexidade assistencial. Um DRG é uma combinação de:

  • Condição clínica que determinou a internação
  • Complicações e comorbidades associadas
  • Cirurgias e outros procedimentos
  • Idade
  • Outras variáveis

Cada DRG é, portanto, um "produto assistencial" clínico ou cirúrgico, que tem um consumo homogêneo de recursos. Com isso, desfechos assistenciais e consumo de recursos tornam-se comparáveis e previsíveis, uma vez que os pacientes agrupados em um mesmo DRG (ou produto assistencial) possuem características clínicas e de risco similares, determinando uso de recursos também similares.

A plataforma de valor em saúde DRG Brasil dispõe – além do agrupador DRG com algoritmo totalmente ajustado para as características brasileiras – de funcionalidades que agregam informações para o planejamento estratégico do sistema de saúde, como está sendo feito em colaboração com a Prefeitura de Belo Horizonte.

Por meio de seu portal, a PBH divulgou que, em 2017, a Secretaria Municipal de Saúde começou a implantar a metodologia DRG em sete hospitais 100% SUS da capital: Santa Casa, Odilon Behrens, Metropolitano Dr. Célio de Castro, Risoleta Neves, São Francisco, São José e Sofia Feldman, que juntos somam mais de 50% dos leitos SUS de Belo Horizonte.

Cerca de dois anos depois, em 2019, essas sete instituições da saúde pública belo-horizontina ingressaram no projeto Qualidade e Segurança Assistencial, como um dos desdobramentos da implantação do DRG. Esse projeto tem como propósito a implantação de processos e rotinas de monitoramento de qualidade e segurança assistenciais, além de fortalecer as boas práticas no ambiente hospitalar. Outro objetivo é utilizar os resultados da implantação do DRG para reduzir a ineficiência do uso do leito e contribuir para a mudança do modelo de repasse de verbas para as instituições hospitalares.

“Ter o reconhecimento internacional em uma premiação do BID, com a participação de diversos países da América Latina, é de grande relevância, pois valida ainda mais essa experiência que já apresenta resultados positivos e concretos em Belo Horizonte”, declarou ao portal a presidente do Grupo de Inovação em Saúde, Jomara Alves. A necessidade de colocar a segurança do paciente em primeiro lugar por meio da qualidade assistencial, enfrentando a escassez de recursos, fez com que a metodologia DRG contribuísse consideravelmente para o aprimoramento da rede hospitalar do SUS-BH.

Entre os principais ganhos que a metodologia DRG traz para a gestão da saúde pública, a Prefeitura de BH elenca:

  • a redução do tempo de permanência do paciente em internação
  • o aumento no giro de leitos
  • a queda nas readmissões hospitalares
  • o aumento da segurança assistencial
  • e a diminuição das internações potencialmente evitáveis.

“Fazendo um giro maior do leito, conseguimos internar mais pacientes. Isso é muito importante em um cenário em que temos falta de recursos para todos os lados. Há benefícios financeiros e, principalmente, assistenciais”, afirma Jomara Alves ao Jornal Estado de Minas.

Um direito de todos: como o SUS de BH está aumentando o acesso da população aos serviços de saúde

Jomara Alves falou ao Ecossistema da plataforma DRG Brasil, no evento “Jornada Valor em Saúde Brasil”, realizado em novembro de 2020 para todos os interessados em práticas transformadoras da saúde brasileira. A especialista em políticas públicas faz questão de exemplificar alguns números importantes:

  • Todos os brasileiros são beneficiários do Sistema Único de Saúde, mas 76% da população é SUS-dependente.
  • O gasto público com saúde representa 3,9% do PIB.
  • Considerando todo o gasto com saúde no Brasil, 57,7% é referente ao setor privado e 42,3% ao público (segundo a OMS).
  • Em Belo Horizonte, dos 2,5 milhões de habitantes, 26% têm elevado risco de vulnerabilidade em saúde.
  • Desses 2,5 mi, 81% são cobertos pelas equipes de saúde da família e 47% possuem plano de saúde.
Prefeitura de BH ganha 1º lugar em prêmio internacional por eficiência no tempo de internação hospitalar

O SUS de BH é pioneiro em muitas ações. Pensando em cultura de inovação é que foi criado, em 2017, o Grupo de Inovação em Saúde, responsável pela tecnologia da informação e gestão inteligente de custos e recursos – e do qual Jomara Alves é presidente e a economista Lorena Furbino é coordenadora técnica.

Foi dentro deste contexto que a implantação do DRG Brasil ocorreu nos sete hospitais 100% SUS, que representam três mil leitos (52% do total de leitos SUS em BH) e 145 mil internações/ano (58%). Com objetivo geral de reduzir o desperdício do sistema de saúde, foram implantadas ações diferenciadas para garantir o sucesso desse projeto, tais como: treinamento de cerca de 200 profissionais; criação de Comitês Assistenciais para monitoramento de resultados,; elaboração de planos de ação e de rotina de auditoria; e capacitação contínua da equipe de codificação.

O plano de ação da Prefeitura de BH para os hospitais e para a rede passou por cinco passos primordiais:

1- Melhorar a qualidade dos prontuários, com levantamento e análise aprofundada de não conformidades e padronização e organização dos registros.

2- Fortalecer a Governança Clínica, com rotina de discussão dos resultados mostrados pelo DRG Brasil e apresentação da metodologia para o Conselho Médico.

3- Ter maior controle sobre condições adquiridas, compilando eventos adversos identificados pela equipe DRG que não foram notificados, por exemplo.

4- Analisar e estabelecer ações para indicadores críticos, como planos de ação corretivos para casos de DRGs com maior ineficiência e revisão de protocolos para redução do tempo de permanência com base nos resultados do DRG.

5- Agilizar os processos de faturamento e DRG, com revisão do fluxo pela data da alta e definição de prazos de entrega dos prontuários organizados.

Após a implantação da plataforma de valor em saúde DRG Brasil nesses hospitais, com base nos 4 Alvos DRG Brasil (uso eficiente do leito hospitalar, aumento da segurança assistencial, redução de internações evitáveis e redução de readmissões preveníveis), houve significativo aumento do número de autorizações de internação hospitalar, devido à maior eficiência do uso do leito.

Assim, foi possível internar mais pacientes, garantindo mais acessos (impressionantes 1.700 internações adicionais por mês) sem a necessidade de injetar recursos. Algumas intervenções importantes para o sucesso do projeto foram as seguintes:

  • aumento do giro de leito e inclusão deste indicador no Plano Operativo Assistencial;
  • mudança de protocolos para uso de antibiótico de infecção urinária (maior causa de internações evitáveis);
  • elaboração do manual de codificação DRG com capacitação de toda a equipe codificadora;
  • acordo com os hospitais com meta de redução da ineficiência do giro de leito;
  • implantação de processos e rotinas de monitoramento da qualidade e segurança assistenciais.

Houve também uma iniciativa de mudança do modelo remuneratório e incorporação dessa disposição nos contratos com os hospitais, com DRGs selecionados e indicadores para acompanhamento.

Leia mais sobre como a cidade de Belo Horizonte vem transformando o SUS com a saúde baseada em valor, construindo sustentabilidade e aumentando consideravelmente o acesso da população aos serviços de saúde – resultando no topo do prêmio BID.


Créditos/Imagens:

  • Imagem de capa: br.depositphotos.com/stock-photos/belo-horizonte-brasil.html?qview=87229416
  • Imagem 1: shutterstock_638038570
  • Imagem 2: Figura elaborada pelo Grupo IAG Saúde
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