Neste artigo, exploraremos a definição de Orçamento Global, os desafios de implementação e, por fim, compararemos este modelo com a Remuneração Baseada em Valor. Boa leitura.
O Orçamento Global é um modelo remuneratório em que os prestadores de saúde recebem pagamentos ao longo do tempo, em intervalos definidos, com base em diversos procedimentos e atendimentos realizados.
Ao contrário da remuneração por capitation, em que os prestadores recebem um valor fixo por paciente, o Orçamento Global busca trazer previsibilidade não apenas para a receita, mas também para os gastos associados aos serviços de saúde.
Nesse modelo, os valores são definidos antecipadamente e permanecem inalterados durante o período determinado, proporcionando uma visão clara das finanças envolvidas. Essa característica pode simplificar a gestão financeira para os prestadores, permitindo um planejamento mais eficaz.
A implementação do Orçamento Global, embora busque trazer estabilidade financeira para os prestadores de serviços de saúde, enfrenta desafios que podem comprometer a eficácia do sistema. Esses desafios incluem:
A rigidez do Orçamento Global pode resultar em ineficiências no cuidado ao paciente. Ao concentrar-se em procedimentos específicos predefinidos, o modelo pode negligenciar a individualidade e complexidade de cada caso, levando a abordagens padronizadas que não atendem adequadamente às necessidades únicas de alguns pacientes.
A fixação de valores predeterminados pode criar um ambiente propício à desmotivação dos prestadores em renovar e aprimorar os serviços oferecidos.
Ao não oferecer incentivos adicionais para a inovação e melhoria contínua, o Orçamento Global pode levar a uma estagnação na qualidade dos serviços de saúde, prejudicando a capacidade do sistema de acompanhar as evoluções tecnológicas e as melhores práticas médicas.
O Orçamento Global pode enfrentar dificuldades ao lidar com casos complexos, que demandam maior tempo, recursos e especialização.
A fixação de valores pode não refletir adequadamente o esforço adicional necessário para tratar situações médicas mais desafiadoras, resultando em desincentivos para os prestadores assumirem tais casos, o que, por sua vez, impacta negativamente a qualidade do atendimento em situações mais intricadas.
Ao decidir entre Orçamento Global e Remuneração Baseada em Valor na saúde, a pergunta crucial surge. Cada modelo tem suas características únicas, impactando prestadores e qualidade do cuidado, eficiência operacional e sustentabilidade financeira.
Ao confrontar os desafios do Orçamento Global, a Remuneração Baseada em Valor se destaca como evolução. Colocando o paciente no centro, busca uma experiência positiva, equilibrando qualidade e eficiência econômica.
Calculando a remuneração, essa abordagem vincula resultados clínicos relevantes aos custos. Requer mudanças operacionais, como na atenção primária, com indicadores de qualidade, tecnologias preditivas e inteligência artificial.
Diferentemente do Orçamento Global, a Remuneração Baseada em Valor é flexível, analisando indicadores individuais para médicos e coletivos para hospitais. Apesar de exigir esforço inicial e mudança cultural, tende a ser mais sustentável, impactando positivamente a satisfação do paciente.
Destacando-se na promoção da sustentabilidade, essa abordagem estimula a economia compartilhada, exemplificada pelo "shared savings". Reduzindo desperdícios, beneficia médicos, hospitais e fontes pagadoras.
Conheça em detalhes as vantagens do modelo de saúde baseado em valor.
Crédito/imagem: ipopba by iStock
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