Modelo Remuneratório

Modelo remuneratório baseado em valor: como a Unimed Vale do Aço alcançou 96,2% de performance assistencial

DRG Brasil
Postado em 9 de setembro de 2025

Ao combinar a valorização do cooperado com indicadores de desempenho, a Operadora de Saúde economizou milhões com práticas clínicas mais resolutivas.

Nos últimos anos, a sustentabilidade do setor de saúde (público e privado) passou a depender menos da quantidade de procedimentos e mais da sua efetividade. A transição de um modelo de remuneração por volume para um modelo baseado em valor exige uma mudança cultural profunda. No entanto, quando bem implementada, essa mudança gera resultados consistentes tanto na experiência do paciente quanto na eficiência operacional. É o que demonstra o case da Unimed Vale do Aço com o Projeto Valor.

Um sistema próprio e integrado

A Unimed Vale do Aço, com 44 anos de história, é composta por um hospital próprio (HMVA), três centros de especialidades e diagnóstico, seis postos de coleta, 88 clínicas credenciadas, três laboratórios, quatro escritórios de atendimento e uma central de relacionamento. Atualmente, atende mais de 3.200 empresas contratantes, consolidando-se como uma das principais cooperativas da região.

Esse ecossistema integrado foi fundamental para viabilizar o Escritório do Valor, uma estrutura criada para monitorar, avaliar e remunerar a performance dos profissionais de saúde com base em quatro dimensões: qualidade, eficiência, experiência do paciente e engajamento nos processos de trabalho.

O nascimento do Projeto Valor

O Projeto Valor teve início em 2023 como uma estratégia de engajamento dos médicos cooperados em torno de boas práticas assistenciais. Com isso, a Unimed buscava não apenas melhorar os desfechos clínicos, mas também otimizar recursos e fortalecer o vínculo com os profissionais da saúde.

Ao todo, foram:

  • 14 equipes engajadas
  • 69 indicadores monitorados
  • 3.387 indicadores analisados por mês
  • 47.418 indicadores apurados ao longo de quatro ciclos

Os dados permitiram à operadora bonificar os profissionais com base em critérios objetivos. O investimento foi significativo: R$ 2,5 milhões distribuídos em quatro ciclos de bonificação, com média mensal entre R$ 164 mil e R$ 202 mil.

Resultados que vão além do financeiro

A performance assistencial atingiu 96,2%, com destaque para a Clínica Médica, que alcançou 98,90%. Esse resultado foi acompanhado de melhorias relevantes em eficiência. A média de permanência hospitalar, por exemplo, caiu de 4,0 dias em 2019 para 2,6 dias em 2024, gerando uma economia estimada em R$10 milhões.

Além disso, a economia associada à performance assistencial direta foi de R$1,376 milhão, mostrando que boas práticas clínicas, além de salvarem vidas, ajudam a preservar a saúde financeira das operadoras.

Engajamento crescente dos cooperados

Outro pilar fundamental do projeto foi o aumento do engajamento dos médicos cooperados. Em 2023, no início da iniciativa, a taxa de participação era de 92%. Em 2024, esse número subiu para 97%.

A aderência ao modelo de valor também avançou progressivamente:

  • 1º ciclo: 59% de aderência
  • 2º ciclo: 62,7%
  • 3º ciclo: 64,4%
  • 4º ciclo: 71,5%

Além da aderência, os indicadores de valor (IVA) e mérito (IMA) também aumentaram ao longo dos ciclos, demonstrando amadurecimento da prática assistencial com base em valor.

Experiência do paciente em alta

Mais do que números, o Projeto Valor impactou diretamente na experiência do paciente, medida através do NPS (Net Promoter Score). O NPS Geral do Hospital HMVA subiu de 69% em 2023 para 72% em 2024. Já o NPS da Unidade de Internação HMVA passou de 79% para 83%, alcançando a zona de excelência.

Esses índices refletem uma jornada mais eficiente, segura e centrada nas necessidades reais do paciente.

Reconhecimento nacional

O sucesso do Projeto Valor extrapolou os limites da Operadora e recebeu reconhecimento em todo o país. A Unimed Vale do Aço conquistou a acreditação nível 1 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), obteve o selo UTI Top Performer nas edições de 2023 e 2024, e recebeu distinções do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) pela qualidade da assistência prestada. 

Além disso, foi certificada por instituições internacionais de avaliação de desfechos em saúde, como o ICHOM, e marcou presença em fóruns nacionais dedicados à transformação do cuidado por meio de valor. Esses reconhecimentos refletem o compromisso da cooperativa com a excelência assistencial, a segurança do paciente e a implementação de práticas alinhadas aos padrões globais de qualidade em saúde.

Próximos passos: consolidar e escalar

Com resultados expressivos em mãos, a Unimed Vale do Aço já desenhou os próximos passos para consolidar e ampliar o Projeto Valor. A proposta inclui a definição de novos percentuais de bonificação para os ciclos seguintes, garantindo que o reconhecimento financeiro continue acompanhando a performance assistencial dos cooperados. 

A operadora também pretende criar novos indicadores, cada vez mais alinhados à melhoria da entrega clínica e da experiência do paciente. Outra prioridade é reforçar o vínculo com os médicos cooperados, valorizando sua atuação por meio de critérios transparentes e meritocráticos. O engajamento dos profissionais com as práticas assistenciais da cooperativa será ampliado, fortalecendo a cultura de cuidado baseado em evidências e resultados concretos. O caminho está traçado para uma jornada de valor cada vez mais robusta, sustentável e replicável.

Segundo Gustavo Barcelos, líder do projeto: “não se trata apenas de cortar custos, mas de criar um ciclo virtuoso em que bons resultados são reconhecidos e recompensados. Preço é o que se paga, valor é o que se leva”, comentou.

Um exemplo para o setor

O case da Unimed Vale do Aço mostra que é possível, sim, promover uma mudança de cultura assistencial com impacto direto na sustentabilidade do sistema de saúde. Ao investir em governança, engajamento e indicadores inteligentes, a Operadora conseguiu entregar mais valor ao paciente, melhorar a experiência clínica e manter o equilíbrio financeiro.

É um modelo que pode (e deve) inspirar outras instituições, inclusive no SUS, à medida que o país avança em direção a um sistema de saúde mais eficiente, justo e centrado nas pessoas.

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