Modelo Assistencial

Segurança do paciente: um dos pilares da gestão na assistência à saúde

DRG Brasil
Postado em 26 de março de 2020 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Para valorização da vida, precisamos colocar o paciente no centro das atenções, focando em 4 principais alvos.

   Qual o principal alvo para você?

A segurança do paciente é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou uma data específica para conscientizar o setor da saúde sobre a sua relevância: 17 de setembro. Contudo, qual é a definição técnica de segurança do paciente? É muito importante ir além da noção que temos no senso comum, mesmo que amparada por ampla experiência profissional. Adotar uma definição operacional é fundamental para sistematizar ações internas e coordenar esforços em prol da experiência positiva do paciente.

No conceito da OMS, adotado também pela Resolução MS/GM n.º 259/2013, segurança do paciente significa “evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes do cuidado que tem como objetivo ajudá-lo”. Portanto, é a prevenção de iatrogenias, acidentes e complicações no ambiente assistencial. É, assim, a concretização do princípio da não maleficência do Código de Ética Médica. 

Para isso, as instituições devem adotar medidas de gestão em saúde, como a padronização de protocolos clínicos, o controle de infecções hospitalares e o mapeamento de riscos. Em suma, é a aplicação da saúde baseada em valor na prática clínica. Quer entender melhor o tema? Acompanhe!

O que é a segurança do paciente?

A segurança do paciente abrange as ações voltadas à redução do risco de dano no cuidado com a saúde. O objetivo é diminuir as ameaças a um mínimo aceitável, especialmente, no que se refere a:

  • infecções hospitalares;
  • eventos adversos de intervenções médicas (como procedimentos, cirurgias e medicações);
  • complicações de internações mais longas, como os eventos tromboembólicos;
  • complicações per e pós-operatórias.

Ela consiste em adotar medidas e cuidados preventivos que impeçam a ocorrência de erros na assistência à saúde e falhas assistenciais, bem como o surgimento de outros eventos adversos. 

Apesar de esse ser um cuidado tomado por todo profissional, ainda há agravos à saúde durante os atendimentos. Afinal, as ações individuais (apesar de importantes) precisam ser agregadas a um esforço institucional em direção à máxima segurança do paciente

Muitos são os desafios, segundo a OMS, que fazem parte da proteção do paciente. No entanto, outros também participam desse cenário. Por isso, o propósito deve ser sempre adotar estratégias de prevenção, que coloquem a pessoa no centro das atenções e evitem a realização de procedimentos desnecessários. 

Esse cuidado é tão importante que o 2.º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil destaca que a prevalência média de eventos adversos é de 7%. Os principais são:

  • infecção do trato urinário; 
  • septicemia; 
  • pneumonia; 
  • infecção de sítio cirúrgico; 
  • complicações com acessos e dispositivos vasculares. 

Em números absolutos, o 2.º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil mostrou que 54,76 mil mortes foram causadas por eventos adversos graves em 2017. Desse total, 36,17 mil seriam evitadas. O índice alto revela a necessidade de focar a segurança do paciente. 

Mais que apontar responsáveis — já que esses eventos ocorrem em qualquer serviço de saúde —, o ideal é identificar a possibilidade de melhorias nos processos para evitar essas situações. Nesse sentido, destaca-se o paradigma da saúde baseada em valor, que propõe: 

  • saúde baseada em evidências;
  • foco na experiência do paciente;
  • gestão em saúde proativa (em vez de responsiva); 
  • modelos remuneratórios baseados na oferta de qualidade assistencial.

Ainda é preciso considerar o panorama retratado pela OMS. Segundo a organização:

  • dano ao paciente é o 14º motivo principal de doenças;
  • atendimento hospitalar ineficaz faz com que um em cada 10 pessoas sejam prejudicadas;
  • o uso inseguro de medicamentos custa 42 bilhões de dólares por ano
  • eventos adversos exigem investimentos equivalentes a 15% dos gastos em saúde; 
  • investimentos na redução de incidentes permitem economizar aproximadamente 28 bilhões de dólares, segundo dados verificados entre 2010 e 2015; 
  • infecções hospitalares afetam 14 a cada 100 pacientes;
  • diagnósticos imprecisos ou atrasos impactam o atendimento;
  • a exposição média à radiação é uma preocupação de saúde pública, já que são realizados mais de 3,6 bilhões de raios X todos os anos. Desse total, 10% são em crianças; 
  • erros administrativos são responsáveis por até metade das falhas médicas na atenção primária à saúde. 

Todos esses dados deixam claro que a gestão precisa contribuir para o aperfeiçoamento da segurança do paciente. É importante criar comissões de qualidade para implementar processos efetivos e avaliar cada protocolo. 

Junto a isso, a gestão precisa gerar estratégias condizentes com as políticas públicas e as melhores diretrizes e regulamentos do setor. Assim, é possível aplicar as práticas de segurança do paciente e reduzir os riscos ao menor percentual aceitável. 

Como usar a saúde baseada em valor para otimizar a segurança do paciente?

A OMS indica que as organizações de saúde devem focar as metas internacionais de segurança do paciente. A gestão tem um papel fundamental, já que estabelece os processos a serem adotados para diminuir os riscos de eventos adversos e melhorar as estruturas e os recursos disponíveis.

Para alcançar esse objetivo, o ideal é trabalhar a governança clínica. Esse conceito se refere a um sistema em que a melhoria contínua dos serviços é foco principal. A busca é pela elevação dos padrões de atendimento e a promoção da excelência nos cuidados clínicos.

Em outras palavras, a ideia é aumentar a entrega de valor ao paciente pelo sistema de saúde. O propósito pode ser alcançado a partir da coleta de dados assistenciais econômicos e de qualidade, que mostrarão o cenário atual das instituições de saúde, por exemplo.

A partir dos dados, é possível estabelecer boas práticas com o intuito de controlar a sinistralidade, focar a segurança do paciente e implementar o modelo remuneratório baseado em valor, que agrega resultados assistenciais e eficiência. As informações ainda subsidiam as tomadas de decisão, a fim de privilegiar quem está sendo atendido, favorecendo os cuidados com a gestão de risco. 

Para gerenciar todos esses critérios, vale a pena contar com uma plataforma de governança clínicaadaptada à realidade da saúde brasileira e centrada no paciente. Se a solução for trabalhar com inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina), o cenário é ainda melhor. Dessa forma, estabelece-se a base para projeções assistenciais e econômicas.

Outras medidas que precisam ser trabalhadas — e contam com o auxílio da tecnologia — são: 

  • verificação do ambiente em que o risco é aplicável, para saber quando pode ocorrer; identificação do risco, suas possíveis causas e consequências; 
  • análise do risco, para saber qual a probabilidade de acontecer e como ocorrerá; 
  • controle do risco, a fim de aplicar as medidas necessárias; monitoramento do risco, para saber se as respostas foram as esperadas; 
  • comunicação dos riscos a todas as partes interessadas, com a finalidade de evitar a ocorrência de falhas e informar as pessoas sobre a eficiência das ações. 

O resultado dessas ações é a melhoria dos resultados, a redução do desperdício e a entrega de valor para todos os atendidos na organização de saúde. Em todas essas etapas, a segurança do paciente ocupa um lugar de suma importância.

Agora que você entendeu como a gestão impacta na segurança do paciente, saiba mais sobre a governança clínica. Veja o que é valor em saúde e por que esse é um conceito fundamental para o sistema brasileiro.

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