Modelo Assistencial

Value-Based Health Care sob a ótica dos especialistas da plataforma Valor em Saúde Brasil

DRG Brasil
Postado em 25 de março de 2021 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

VBHC (Value-Based Health Care) é um modelo assistencial que preconiza melhor experiência ao paciente e diminuição de desperdícios nas instituições de saúde!

Um levantamento realizado pela Sami mapeou aspectos considerados importantes pelos clientes de planos de saúde. Dos 12 itens enumerados, o modelo de remuneração baseada em valor alcançou o segundo lugar, ficando atrás apenas do reembolso. Isso denota que as pessoas priorizam o atendimento com um médico de confiança e, ainda, se importam com a performance do profissional.

Tais resultados têm relação com os princípios do VBHC, Value-Based Health Care, um modelo que surgiu nos Estados Unidos e preconiza a mudança na forma de prestar serviços, entregando mais qualidade nos atendimentos, diminuindo a ineficiência clínica, mas sem deixar de lado a economia nos custos.

A seguir, entenda melhor o VBHC sob a ótica da plataforma de valor em saúde DRG Brasil!

O Value-Based Health Care na perspectiva do Valor em Saúde Brasil

O VBHC — na tradução, valor em saúde — é um conceito introduzido pela Universidade de Harvard e pelos professores Porter, Teirsberg, Kaplan, Bohmer e Christensen. Consiste em alcançar um alto valor para os pacientes — valor esse medido a partir da relação entre a entrega de resultados em saúde e os custos para alcançá-los. É somente a partir dessa entrega que as instituições de saúde obtêm vantagens e que se consegue mais sustentabilidade econômica ao sistema de saúde.

O valor — que sempre é medido em torno do paciente — é criado pelos esforços combinados dos prestadores ao longo de todo o ciclo de atendimento. Como as atividades de cuidado são interdependentes, ele só é revelado com o tempo, manifestando-se no longo prazo. Dessa forma, a única maneira de identificar a evolução na entrega é a partir da contínua medição, relação e comparação de resultados.

O VBHC é uma iniciativa de reestruturação dos sistemas de saúde em todo o mundo. Mas, para isso, as instituições de saúde precisam conhecer seus custos e identificar como entregar melhores desfechos clínicos enquanto utilizam os recursos de forma inteligente.

O Value-Based Health Care busca, dessa forma, a excelência na experiência do paciente, conceito esse que não se resume apenas à satisfação, mas sobretudo à sua percepção durante todo o ciclo de tratamento. Por exemplo, ao sair de um hospital, ele precisa:

  • entender exatamente sua doença;
  • não ter dúvidas sobre a medicação;
  • ter recebido ótimo atendimento (da recepção, do médico e dos enfermeiros);
  • ter obtido rápida autorização do plano de saúde;
  • ter utilizado equipamentos modernos e de qualidade.

Como consequência, o paciente observa que paga por algo justo, pois recebe em troca um serviço legítimo, de valor, que faz jus ao que ele investe.

O papel da plataforma de valor em saúde DRG Brasil

O que é uma plataforma? É um ambiente, alimentado por tecnologia, onde diferentes atores se conectam, interagem e entregam algo de positivo para a sociedade.

A plataforma de valor em saúde DRG Brasil tem como proposta atingir o objetivo triplo que está no cerne do conceito de VBHC: melhorar a experiência do paciente, aumentar a qualidade assistencial e reduzir o desperdício.

Com mais de uma década de existência, o DRG Brasil de hoje é muito mais do que a sigla indica, ou seja, não é apenas um agrupador de diagnósticos homogêneos de pacientes internados. Ele é a fonte de informações a partir da qual uma nova e mais abrangente plataforma se desenvolve: o Valor em Saúde Brasil.

Tanto no SUS quanto na saúde suplementar, de 30% a 40% dos recursos despendidos é desperdício determinado por falhas de entrega de valor em saúde ao paciente, pelo sistema de saúde ou pelo hospital. Este desperdício pode ser evitado por melhorias na entrega de valor através da mudança de processos, de modelos assistenciais e de modelo de pagamento para prestadores de serviço e médicos. Ou seja, a sustentabilidade nasce da entrega de valor e do controle do desperdício: é daí que virão os recursos para a sobrevivência do sistema de saúde brasileiro.

Assim, no lugar do tradicional fee for service, em que o hospital e o médico são remunerados de acordo com a quantidade de pacientes atendidos ou procedimentos realizados, eles recebem conforme os resultados e o desfecho clínico, além da conformidade com indicadores de mérito.

Essa é uma forma de todos se tornarem responsáveis pelo tratamento e recuperação do paciente por meio de um cuidado de alta qualidade, evitando procedimentos desnecessários, minimizando custos dos hospitais e diminuindo a sinistralidade dos planos de saúde.

Para isso, o DRG Brasil usa tecnologias modernas, que garantem maior monitoramento, integração nos processos e responsabilidade. Na prática, a plataforma levanta dados de saúde e econômicos, transforma-os em informações qualificadas, para, assim, direcionar o modelo assistencial e remuneratório para formatos baseados em valor com foco na qualidade do cuidado.

A evolução do DRG Brasil

Dra. Tania Grillo, cofounder da plataforma Valor em Saúde Brasil

Segundo a Dra. Tania Grillo, presidente do Grupo IAG Saúde, o DRG Brasil foi criado para ser “uma plataforma que permita a interação, análise e identificação de grandes oportunidades de intervenções para a mudança de modelos assistenciais".

Para tal objetivo, todos da equipe DRG Brasil trabalham juntos, com o intuito de evoluir, entregar valor ao paciente e ir sempre além. A plataforma conta com a adesão e a contribuição de inúmeras organizações que formam o Ecossistema — e que estão sempre incluindo informações e condições no banco de dados, que quanto mais aumenta, mais tem variáveis em saúde e mais ricas e detalhadas se tornam as análises.

Em um vídeo explicativo sobre a complexidade assistencial hospitalar brasileira, Tania Grillo descreve o histórico da evolução da plataforma e ressalta como o refinamento dos algoritmos tem sido fundamental para a entrega de mais valor em saúde.

A primeira fase da plataforma, conhecida como DRG Brasil Global, iniciou o processo em 2011, traçando comparativos de saúde sobre dados nacionais e internacionais. Como efeito, percebeu-se que usar informações de saúde não referentes ao nosso país não é o melhor caminho para melhorar o modelo de assistência de saúde no Brasil. "Nosso sistema de saúde tem suas particularidades, portanto demanda intervenções e expectativas próprias do Brasil e com foco no perfil específico da nossa população", explica a médica.

A segunda fase contou com um refinamento dos algoritmos nacionais e teve início em 2015, focando em um modelo preditivo para identificar níveis de severidade por grupo de DRG. Os mapas de calor passaram a identificar determinantes de um desfecho desfavorável. Com essa evolução, "o gestor clínico consegue identificar aquela subpopulação de maior risco e que necessita de um novo olhar", conta Dra. Tania. A partir disso, é possível criar planos de intervenção focados na melhoria continuada e na jornada do paciente.

2020 deu início à terceira fase, com o apoio de recursos de machine learning para um modelamento de classificação, que permite medir eventos e riscos durante a internação hospitalar. Isso permitiu à plataforma ter um aumento de 70% de precisão no cálculo da permanência do paciente no hospital, segundo a fundadora da plataforma.

A quarta fase, a mais atual, chamada Valor em Saúde Brasil, usufrui de todas as evoluções anteriores para entregar um diagnóstico mais rápido e apurado, uma assistência hospitalar de maior qualidade e melhor experiência ao paciente.

Aplicando o VBHC na prática com a plataforma DRG Brasil

O DRG Brasil é uma plataforma de governança clínica que coloca o paciente no centro de todo e qualquer processo, ajudando no controle de desperdícios e apoiando instituições de saúde na tomada de decisões mais acertadas. Para isso, aplica os seguintes passos.

Coletar e integrar dados

A plataforma oferece suporte aos profissionais, para coletar dados qualificados de saúde por meio de dispositivos móveis à beira leito e por leitura de prontuários, integrando-os aos dados econômicos da instituição.

Essa fase é um input de dados do prontuário, trabalho que os Analistas de Informação em Saúde fazem.

Transformar dados em informações

Com ajuda de um algoritmo de previsão de custos e análise da complexidade do caso, a plataforma combina dados do paciente e o classifica em um nível de criticidade. Além disso, prevê os recursos necessários, como diárias, materiais e medicamentos.

Já a inteligência artificial prediz os resultados esperados, evita riscos previsíveis, aumenta a participação da equipe, do paciente e da família, além de personalizar atendimentos, com base nas complexidades.

Analisar e comparar informações

O analytics é o ambiente de gestão da plataforma. Painéis e gráficos apresentam uma base cruzada de informações, permitindo que gestores saibam a medida exata da performance relativa à saúde e à economia. Diagramas explicativos mostram pontos de disfunção assistencial e desperdício.

Gestores e equipes conseguem identificar populações com determinadas condições de saúde. Grupos e subgrupos também podem ser reconhecidos, permitindo a detecção de desfechos desfavoráveis e facilitando a discussão multidisciplinar.

Com predições e previsões apuradas pelo analytics, há, ainda, a oportunidade de aumentar a eficiência dos equipamentos disponibilizados para assistência médico-hospitalar, otimizando o acesso ao paciente e à família. Dessa forma, há, por exemplo, mais eficiência e gestão no uso de leitos.

Entregar valor

Depois das etapas anteriores, é possível calcular e planejar modelos assistenciais e remuneratórios de acordo com a realidade da organização. Indicadores de mérito mostram o quanto os profissionais estão alinhados aos processos organizacionais e o tanto de benefício final entregue ao paciente.

As soluções de governança clínica são customizadas, com ações que alinham os interesses de todos — hospitais, médicos e operadoras dos sistemas de saúde —, incentivam o ciclo de atendimento e aumentam o nível de VBHC. O diagnóstico é mais assertivo e o paciente conta com melhor experiência.

Com o monitoramento de recursos, hospitais e operadoras conseguem, ainda, evitar colapsos nos sistemas de saúde como os que estamos vivenciando com a pandemia da Covid-19 em todo o país, a partir do aumento da eficiência no uso do leito hospitalar e diminuição do desperdício de permanência além da necessária ao tratamento, por exemplo.

O VBHC, ou Value-Based Health Care, muda a forma como os serviços de saúde são oferecidos. Profissionais, hospitais e operadoras de planos de saúde são incentivados a assumir um compromisso coletivo na entrega de mais valor em saúde ao paciente, buscando, ainda, a redução de custos. Além disso, foca a sustentabilidade do sistema de saúde, mostrando-se, então, um modelo mais vantajoso que o tradicional.

A plataforma de valor em saúde DRG Brasil ajuda na execução do VBHC e aprimora o modelo assistencial e remuneratório da sua instituição de saúde. Entre em contato e fale com os especialistas para mais informações!


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