Um dos maiores desafios do sistema de saúde brasileiro é compreender as experiências inovadoras, porém não sistemáticas, que surgem na gestão da saúde em vários pontos do país. É o caso do mindset de saúde baseada em valor, metodologia DRG, remuneração por performance, entre muitos outros.
Falando especificamente de hospitais, a gama de serviços oferecidos por essas instituições torna a administração complexa e cara, e a supervisão e o controle extremamente desafiadores. A gestão hospitalar requer profundidade e amplitude de conhecimentos para compreender todos os componentes de um hospital e integrá-los efetivamente, ao passo que monitorar o desempenho e o uso dos recursos requer informações confiáveis e atualizadas.
Na operação de um sistema hospitalar há elevados recursos financeiros, tanto para instalação como para a manutenção da operação. A abertura de um novo hospital é complexa, e após estar em operação é mais complexo ainda manter níveis adequados de sustentabilidade e quase impossível interromper ou diversificar as atividades. Essas condições estruturantes tornam o segmento hospitalar diferente da maioria de outros segmentos econômicos, nos quais, em momentos de crise, é bem mais factível alterar a produção ou até mesmo encerrar suas atividades.
Formuladores de políticas, administradores e planejadores hospitalares - tanto do setor público como do setor privado - têm como obrigação prover mecanismos de entrega de valor em saúde. Em outras palavras, para uma melhor assistência, melhores desfechos, contenção de desperdícios, com soluções inovadoras e efetivas de governança clínica para o duplo desafio da qualidade e da contenção de custos. Acesso a serviços de saúde qualificados e resolutivos deve ser um bem universal e uma prioridade pública.
Atualmente, todos os atores do segmento da saúde no Brasil estão insatisfeitos e em busca de alternativas para mudarem a situação atual:
Os hospitais estão com baixa eficiência, reduzidas margens econômicas operacionais e altos níveis de endividamento;
As operadoras de planos de saúde estão com elevada sinistralidade e o sistema público com carências crônicas de financiamento;
Os médicos mostram-se insatisfeitos com o padrão de honorários praticados pelas operadoras de planos de saúde e pela gestão pública, além das deficientes condições de trabalho;
As empresas adquirentes do benefício de saúde não conseguem mais transferir os custos crescentes para os seus custos de produção;
E os pacientes estão insatisfeitos com as enormes dificuldades de acessibilidade ao sistema de saúde, tanto pela demora nos atendimentos quanto às barreiras econômicas para aquisição/manutenção de planos privados. Além disso, há uma grande insatisfação quanto à qualidade e segurança dos serviços prestados.
Quando esta situação ocorre em um segmento econômico de tamanha envergadura e importância para a sociedade, mudanças estruturantes precisam ser implantadas para que possa surgir um novo paradigma de desempenho. A Confederação Nacional de Saúde, em seu relatório “Sistema de Saúde 2017” propõe:
A performance hospitalar é de difícil mensuração em decorrência da carência de dados referentes às condições prévias à internação e, por isso, a avaliação de desempenho costuma focar-se no estudo de variáveis relacionadas à movimentação de pacientes e utilização de leitos hospitalares.
É neste contexto que a plataforma de valor em saúde DRG Brasil atua. Ao incorporar as condições de saúde de cada paciente no momento de sua internação hospitalar, preenche a lacuna das variáveis clínicas e se transforma em instrumento indutor de melhores práticas de governança, pela transparência dos desfechos, compartilhamento do aprendizado e entrega de valor em saúde.
“A atenção à saúde representa um quebra-cabeça para todos os países, e os hospitais são os componentes mais importantes e onerosos de qualquer sistema de saúde. Nos países de renda baixa e média os hospitais são o centro do sistema de saúde. Mesmo nos países mais pobres, os hospitais constituem o foco primordial da capacitação profissional e a referência para todo o sistema de saúde. Nesses países, os hospitais formam a base para um bom atendimento à saúde. No entanto, em muitos dos países em desenvolvimento os hospitais têm sido sistematicamente negligenciados”.
Maureen Lewis, ex-Economista-chefe de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial (La Forgia). CEO do Aceso Global.
Membro da Comunidade Acadêmica da plataforma DRG Brasil, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM Portugal), em parceria com o Seal Group, lançam pelo segundo ano consecutivo a conferência Connecting Healthcare, sobre o tema “Desenvolvimento e sustentabilidade: que desafios para as organizações?”
Num contexto de pandemia Covid-19 em que a saúde e a economia atravessam tempos de grande incerteza, este é um evento da maior relevância a nível global.
Esse ano, o keynote speaker é o Professor Peter Doherty. Prêmio Nobel da Medicina e Fisiologia (1996), Australiano do Ano (1997), figura de grande relevância científica por descobertas relacionadas à da defesa imunitária celular, os estudos de Doherty representam um novo caminho para a descoberta de novas vacinas.
A conferência será dia 23 de setembro. Aqueles que estão no Brasil podem acompanhá-la por acesso remoto. Clique aqui para saber mais informações e realizar sua inscrição.
Direitos autorais: CC BY-NC-SA
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