Modelo Remuneratório

Como o pagamento baseado no valor em saúde estimula a economia compartilhada

DRG Brasil
Postado em 18 de novembro de 2021 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Como é o modelo remuneratório em seu hospital, operadora ou sistema de saúde? A pergunta é oportuna, considerando a complexidade da gestão hospitalar, a começar pelo seu próprio produto: a saúde física, mental e emocional.

Conciliando acolhimento, capacidade técnica e tecnologia, a atenção hospitalar é a peça mais importante e onerosa de qualquer sistema de saúde. Tudo isso necessita de governança clínica efetiva, tendo como objetivo final a qualidade assistencial de excelência.

E como equalizar essa balança? O cenário atual impõe uma reflexão sobre os modelos de remuneração em saúde, mediante a incorporação de novos arranjos assistenciais.

Hoje você verá por que repensar o fee-for-service, entenderá como o modelo remuneratório baseado em valor tem impactado positivamente os hospitais e em que medida esse sistema de pagamento estimula a economia compartilhada!

Os problemas da taxa por serviço

O modelo fee-for-service é pautado no pagamento de valores predefinidos por cada tipo de serviço prestado.

O foco no número de atendimentos desumaniza os cuidados em saúde, distancia os médicos dos pacientes e impulsiona análises clínicas precipitadas. Os resultados desse ciclo de disformidade gerencial são:

  • readmissões hospitalares evitáveis;
  • prolongamento do tempo de internação;
  • desperdícios de recursos;
  • aumento de eventos adversos;
  • inúmeras reclamações, que refletem a experiência negativa do paciente e maculam a imagem da instituição.

No longo prazo, esse mecanismo focado em volume acaba por inviabilizar a sustentabilidade econômica das instituições hospitalares. Mas como resolver isso?

O falso paradoxo do setor de saúde (lucro x valorização da vida) cai por terra com a governança clínica de ponta. E é aqui que entra o modelo remuneratório baseado em valor, referência mundial de inovação em gestão hospitalar em função do olhar sistêmico lançado sobre a cadeia produtiva do setor de saúde.

A efetividade remuneração baseada em valor

Os desafios do setor hospitalar são imensos: crise econômica, regulamentações confusas/excessivas, envelhecimento da população, alto custo da inovação. Nesse tsunami de variáveis, mais do que nunca, é imprescindível ser eficiente — o que significa, fundamentalmente, ter resultados certeiros no tratamento de cada paciente, no tempo certo e com o custo adequado.

Esse nível de assistência médica só é possível alcançar quando todo o time de saúde está intimamente integrado, trabalhando de forma colaborativa para alcançar a excelência, inclusive beneficiando-se da elevação da qualidade em gestão hospitalar. E é essa a concepção da remuneração baseada em valor: compartilhar ganhos econômicos entre hospitais, médicos e operadoras pela melhor abordagem clínica e controle de desperdícios.

Com isso, frente aos desafios do pagamento por serviço, o modelo remuneratório baseado em valor permite a remuneração compensatória da equipe de saúde segundo a precisão do desfecho clínico e a redução de desperdícios.

É uma forma mais justa de gestão, em uma relação “ganha-ganha” que engaja os profissionais no compromisso da saúde plena do cidadão, eleva a remuneração médica, divide os riscos e aprimora a experiência do cliente.

Um case de sucesso nessa perspectiva vem da Unimed-BH, que mudou o jeito de pagar o médico cooperado ao compartilhar com os profissionais as economias do “fechamento da torneira das perdas” e da entrega de valor ao paciente.

Dentro de apenas um ano, a operadora implantou o modelo de economia compartilhada (shared savings) entre a cadeia produtiva de saúde, garantindo resultados assistenciais superiores, maior entrega de valor e melhor remuneração para os médicos do recurso próprio — tornando-se referência em resposta rápida à Covid-19. Algo muito similar à figura do Accountable Care Organizations (ACOs).

estetoscópio, pelúcia de coração e cofre de porquinho para representar a economia compartilhada

A Accountable Care Organization (ACO) e a economia compartilhada

Nos Estados Unidos, existe apenas a rede de saúde privada, que custa (muito) caro, não permitindo desperdícios. Foi com o objetivo de alavancar a amplitude e a qualidade da assistência médica no país norte-americano que foi criada a Accountable Care Organization (Organização de Cuidado Responsável), um programa que incentiva médicos, hospitais e demais provedores de saúde a criarem redes de atendimento integral do paciente.

Nesse sistema, todos os membros coordenam o atendimento visando a melhor entrega de valor possível, compartilhando responsabilidades financeiras e clínicas, mas também, os lucros. É o mais emblemático exemplo de economia compartilhada na área médica.

As Accountable Care Organizations reduzem serviços desnecessários porque o médico ganha por resultado, e não por mera consulta. Focadas na medicina preventiva, as ACOs abrangem os cuidados completos (ações preventivas, atenção primária, exames de rotina, assistência domiciliar), substituindo a “colcha de retalhos” do sistema de saúde tradicional por uma estrutura moderna que agrega valor à vida humana.

Quando todos sofrem as consequências de uma condução médica inadequada, a tendência é que haja comprometimento extra, o que explica o sucesso da modalidade. Todavia, evidentemente, medir o sucesso de um atendimento, o valor de cada abordagem e a importância relativa de cada economia exige metrificação, o que, atualmente, só pode ser feito adequadamente mediante sistemas baseados em algoritmos e Inteligência Artificial.

A necessidade de uma plataforma de governança clínica como o Valor Saúde Brasil

O modelo remuneratório baseado em valor é fruto do equilíbrio entre os seguintes fatores:

  • percepção do paciente quanto à experiência assistencial;
  • tratamentos adequados que proporcionem desfechos clínicos de alta qualidade;
  • custos adequados durante toda a jornada do cuidado;
  • sistema informatizado para data analytics;
  • compartilhamento de riscos e responsabilidades.

Como consequência, tem-se a sustentabilidade do sistema. Para tanto, mostra-se necessário instrumentalizar a mensuração de valor, que se faz mediante uma plataforma de governança clínica.

Pois bem, é excelente recompensar cada um na proporção da competência de sua atuação, mas como metrificar o que é excelente e o que não é tão bom assim? Essa quantificação de qualidade e do grau de redução de perdas se faz com um sistema apoiado em Big Data, capaz de transformar dados assistenciais e econômicos em informações valiosas e referenciais comparativos para elevar a entrega de valor pelo hospital, por exemplo.

É essa plataforma que subsidiará as avaliações da acurácia de cada atendimento, ponderando a relação matemática entre resultado assistencial e custo. Potencializada pela capacidade de realização de predições de risco a partir dos dados da jornada do paciente, essa revolução em gestão hospitalar transfigura perdas em economia compartilhada.

E tudo isso por meio da margem de lucro adicional que um hospital pode ter quando otimiza o uso de leitos, melhora a taxa de ocupação, adequa o tempo de internação ao tratamento, aumentando a taxa de sucesso no processo terapêutico.

Definitivamente, rotinas hospitalares defasadas custam dinheiro e eficiência. E, em um setor tão competitivo, inovação e qualidade em assistência à saúde são essenciais.

Compreendeu como o modelo remuneratório baseado em valor tem mudado a história de muitos hospitais no Brasil e no mundo? Esse é o pilar para o aumento da satisfação atrelado às nuances modernas da economia compartilhada.

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