Já há bastante tempo falamos nesse blog sobre Segurança do Paciente. A Segurança do Paciente é o resultado de um efetivo programa de Gestão de Riscos Assistenciais. Organizações de saúde de todos os tipos e tamanhos enfrentam influências e fatores internos e externos que tornam incerto se, e quando, atingirão seus objetivos. O resultado que essa incerteza gera nos objetivos da organização é chamado de "risco".
A Gestão de Riscos é um tema relativamente novo em termos de pesquisa e referencial teórico. Evoluindo da norma australiana/neozelandesa AS/NZS 4360, a primeira norma elaborada pela International Organization for Standardization (ISO) acerca do assunto - a ISO 31000 Gestão de Riscos / Princípios e Diretrizes - foi publicada em novembro de 2009, apresentando as diretrizes para o Gerenciamento de Riscos. Em 2015, a ISO atualizou a versão da norma 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade incorporando, como item obrigatório para a certificação das organizações, as diretrizes de gerenciamento de riscos propostas na 31000.
No Brasil, a Anvisa, também em 2015, publicou o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde - Monitoramento e Investigação de Eventos Adversos e Avaliação de Práticas de Segurança do Paciente – “orientando a reorganização das práticas de monitoramento e investigação de incidentes, otimizando os recursos disponíveis para o enfrentamento do problema, e instituindo e sustentando uma cultura de segurança dentro do sistema”. O escopo das orientações foi integralmente baseado nas diretrizes da ISO 31000 e de sua norma complementar, a ISO 31010, que trata das técnicas para o processo de avaliação de riscos.
De acordo com a Anvisa, Gestão de Risco Assistencial pode ser entendida como aplicação sistêmica e contínua de políticas, procedimentos, condutas e recursos na identificação, análise, avaliação, comunicação e controle de riscos e eventos que afetam a saúde, a segurança, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem organizacional. Neste contexto, a Segurança do Paciente abrange não apenas a avaliação permanente e proativa dos riscos em serviços de saúde, como também o desenho e a instituição das barreiras de segurança necessárias.
Em cada uma das situações exemplificadas acima, que causam um significativo impacto na segurança do paciente com importante repercussão no consumo de recursos institucionais, as diretrizes da gestão de riscos devem ser aplicadas. Em cada um dos contextos, os principais fatores de risco foram identificados. Porém, entender as causas (analisar o risco), dimensionar sua gravidade (avaliar o risco) de forma a estabelecer ações de melhoria (tratar o risco) são etapas fundamentais para o gerenciamento.
Ao longo de todo este processo, as partes interessadas devem ser comunicadas e consultadas. Partes interessadas, os “stakeholders”, são pessoas e organizações ativamente envolvidas no processo ou cujos interesses podem ser afetados como resultado da execução das ações planejadas, conforme a ISO 9001. No contexto da “Gestão de Risco Assistencial” as partes interessadas obviamente envolvidas, porém não limitadas a, são:
As ferramentas básicas que possibilitam a implantação de um sistema de gestão baseado no gerenciamento de riscos, identificando as causas de potenciais falhas/erros para que medidas para evitar sua manifestação ou recorrência sejam estabelecidas (os controles) são:
Ou seja, os instrumentos necessários para se estabelecer um ambiente favorável à melhoria contínua da assistência – PDCA:
P - “plan” - planeje: Estabeleça os objetivos e os processos necessários que será abordado, em primeiro lugar, descreva o processo atual determinando a oportunidade de melhoria, descreva todas as causas possíveis do problema e chegue a um acordo sobre a causa-raiz, desenvolva uma solução que julgue efetiva e executável e o plano de ação, inclusive as metas de aprimoramento.
D - “do” - execute: a solução ou a mudança do processo.
C - “check” - analise: revise e avalie o resultado da mudança.
A - “act” - ação preventiva ou corretiva das não conformidades: reflita e proponha ações com base no aprendizado.
Fontes:
Direitos autorais: CC BY-NC-SA
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