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Risco positivo na área da saúde: o que é e como aproveitar na gestão de riscos

DRG Brasil
Postado em 7 de junho de 2024

Diante da complexidade da gestão de saúde, onde o risco muitas vezes é associado a ameaças e prevenção de danos, surge uma perspectiva menos explorada, porém igualmente importante: o risco positivo

Como esse conceito pode ser aproveitado para impulsionar melhorias e crescimento nas instituições de saúde? Neste artigo, mergulharemos no universo do risco positivo na área da saúde, explorando suas nuances e oportunidades, e como ele pode ser transformado em vantagens tangíveis para hospitais e organizações similares.

O que é risco positivo na gestão de riscos na área da saúde?

Risco, no contexto da gestão de riscos na área da saúde, pode ser entendido como a exposição às consequências da incerteza e aos potenciais desvios do que foi planejado. Este conceito abrange tanto possibilidades favoráveis quanto desfavoráveis. 

Quando falamos sobre risco positivo, estamos nos referindo àquelas situações em que a incerteza oferece oportunidades de melhoria e crescimento para a organização.

O risco positivo é, portanto, uma faceta crucial da gestão de riscos na saúde, que muitas vezes se concentra predominantemente na mitigação de ameaças e na prevenção de danos. 

Reconhecer e abordar o risco positivo é fundamental para que as instituições de saúde não apenas enfrentem desafios, mas também se beneficiem das oportunidades que se apresentam.

Objetivamente, o risco positivo na gestão de riscos na área da saúde se trata da capacidade de identificar, avaliar e explorar oportunidades que possam levar a melhorias nos resultados organizacionais. 

Isso pode incluir a implementação de novas práticas clínicas, a adoção de tecnologias inovadoras, a exploração de novos mercados ou a otimização de processos internos. Em última análise, o objetivo é maximizar os benefícios para pacientes, profissionais de saúde e a organização como um todo.

Exemplos de risco positivo na saúde

Um exemplo concreto de risco positivo na área da saúde pode ser observado em redes de prestadores hospitalares credenciados a operadoras de planos privados de saúde. Vamos considerar uma situação em que vários hospitais dentro dessa rede tratam um mesmo tipo de condição médica, representada por um DRG.

Imagine que dentro dessa rede, o Hospital A se destaca por sua eficiência excepcional. Isso é evidenciado pelo fato de que o tempo de permanência hospitalar no Hospital A é igual ou menor do que o previsto para a complexidade assistencial do DRG em questão. 

Essa eficiência não é um acaso, mas sim o resultado de processos bem definidos, protocolos eficazes e uma equipe altamente capacitada.

Também, os resultados do programa de segurança do paciente implementado pelo Hospital A são os melhores da rede. Isso significa que a incidência de complicações relacionadas ao tratamento é significativamente menor em comparação com outros hospitais na mesma rede. 

Essas complicações podem incluir infecções hospitalares, eventos adversos relacionados a medicamentos e outras situações que possam prolongar a estadia do paciente no hospital ou aumentar os custos associados ao tratamento.

Portanto, quando consideramos o Hospital A dentro dessa rede, podemos identificar um exemplo claro de risco positivo na área da saúde. O risco de complicações e de custos associados à assistência é substancialmente menor no Hospital A em comparação com o restante da rede. 

Em outras palavras, o Hospital A se torna um referencial para oportunidades de melhoria, representando um caso exemplar de risco positivo. Essa situação ilustra como a gestão eficiente de riscos na área da saúde pode não apenas minimizar ameaças, mas também criar oportunidades significativas para melhorias. 

Ao reconhecer e aproveitar o risco positivo, os gestores de saúde podem direcionar seus esforços para replicar as práticas bem-sucedidas do Hospital A em outras instituições dentro da rede. 

Isso não apenas beneficia os pacientes, garantindo uma assistência mais segura e eficaz, mas também contribui para a sustentabilidade financeira e operacional do sistema de saúde como um todo.

Como transformar o risco positivo em oportunidades para o hospital

Para transformar o risco positivo em oportunidades para o hospital, é crucial seguir um processo integrado de gestão de riscos, com o envolvimento da Alta Direção e a incorporação dos seguintes passos:

  1. Desenvolver as competências fundamentais: Garantir que a equipe esteja capacitada para identificar e analisar os riscos, bem como para tomar decisões sobre a gestão desses riscos.
  2. Disponibilizar os recursos necessários: Assegurar que os recursos adequados estejam disponíveis para a gestão eficaz dos riscos, incluindo pessoal, tecnologia e financiamento.
  3. Definir os processos para o gerenciamento de riscos: Estabelecer procedimentos claros e robustos para identificar, avaliar, tratar e monitorar os riscos.

Além disso, a análise SWOT pode ser uma ferramenta útil para estabelecer o contexto interno e externo, identificando pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças. Isso inclui considerar aspectos como a estrutura organizacional, os objetivos da instituição, recursos disponíveis e o ambiente cultural, legal, político, econômico e tecnológico.

Na prática, na matriz SWOT para gestão de riscos, é importante especificar o escopo, recursos necessários, objetivos, prazos, papéis e responsabilidades, bem como a relação com outros projetos e os registros a serem mantidos.

É crucial lembrar que os riscos podem se manifestar em uma cadeia de causalidade, afetando diferentes áreas da organização. Portanto, é essencial adotar uma abordagem holística para identificar e gerenciar esses riscos, visando garantir a continuidade das operações e a consecução dos objetivos estratégicos do hospital.

Conclusão

Diante da amplitude e complexidade da gestão de riscos na área da saúde, a abordagem do risco positivo emerge como uma valiosa estratégia para impulsionar o crescimento e aprimoramento das instituições hospitalares. 

Ao reconhecer e explorar as oportunidades inerentes à incerteza, os gestores podem não apenas enfrentar desafios, mas também transformá-los em vantagens tangíveis. 

Neste contexto, a integração de processos robustos de gestão de riscos, aliada à análise cuidadosa do ambiente interno e externo, emerge como um caminho promissor para maximizar os benefícios para pacientes, profissionais de saúde e a organização como um todo.

Quer dar um passo a mais? Então confira como fazer a gestão de riscos.


Imagem de capa: demaerre by iStock

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