No Brasil, médicos e hospitais são pagos de acordo com o modelo fee for service. Nele, a qualidade fica em segundo plano. Por isso, existe a necessidade de mudar esse cenário e implementar a remuneração baseada em valor.
A ideia é simples: com os ganhos atrelados ao bom resultado no atendimento aos pacientes, a eficiência aumenta e os desperdícios diminuem. Em outras palavras, começa-se a entregar valor em saúde.
Essa transformação também é importante devido ao aumento dos custos em saúde. Isso faz com que diferentes entidades discutam o modelo, inclusive a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Para entender o cenário apresentado, vamos explicar qual é o panorama atual, os desafios para implementar a remuneração baseada em valor e dicas para alcançar esse objetivo. Saiba mais!
Documento da ANS mostra que os custos em saúde aumentam de forma contínua. Vários fatores contribuem para esse resultado. Entre eles estão:
Esses itens são comuns para diferentes países. No Brasil, a realidade ainda acrescenta outros aspectos. O modelo de assistência centrado no médico, como praticado atualmente, é voltado para o atendimento de quadros agudos, que requerem intervenções curativas.
Esse sistema é o contrário da remuneração baseada em valor. Ainda há o fato do financiamento dos serviços de saúde ser combinado entre os setores público e privado. Por último, existem os desperdícios e as fraudes.
Segundo o relatório Impacto das fraudes e dos desperdícios sobre gastos da saúde suplementar, esses itens ilegais ou desnecessários geraram custos de aproximadamente R$ 28 bilhões em 2017.
Somente os eventos adversos custaram R$ 10,6 bilhões ao sistema privado de saúde no mesmo ano. Essas situações também interferem na ocupação de leitos-dia. O período de internação chega a aumentar em 14,4 dias por evento adverso.
Ao mesmo tempo, a rede hospitalar brasileira tem 165,9 milhões de leitos-dia disponíveis, sendo que 96,6 milhões são usados. Isso resulta em uma taxa de ocupação média de 58,2%. A ociosidade, por sua vez, atinge 41,8%.
Assim, é evidente que existe a necessidade de mudar a forma de remuneração para ser baseada em valor. Na saúde, isso significa verificar a relação entre os resultados importantes para os pacientes e os custos para alcançá-los. Por isso, a fórmula usada para chegar a esse índice é:
Valor em saúde = desfechos clínicos / custos
Nesse contexto, fica claro que a entrega de valor em saúde traz eficiência e redução dos desperdícios. Portanto, a remuneração passa a focar a qualidade do atendimento.
Para garantir a qualidade do atendimento, também é importante entender a diferença entre valor e mérito. O primeiro termo se refere à previsão de impacto da interação de um objeto com o cenário em que está inserido.
Por exemplo, a instituição de saúde agrega valor quando a assistência não gera danos ao paciente e promove a recuperação do nível de saúde, com uso racional dos recursos disponíveis e boa experiência do usuário.
Por sua vez, o mérito está relacionado à conformidade com determinados padrões. Por exemplo, alguns critérios intrínsecos são a avaliação de desempenho médico, o cumprimento de horários, o volume de atendimento, a adesão a protocolos e mais.
Por isso, o mérito é atribuído a um indivíduo e o valor é coletivo. Portanto, quando o modelo remuneratório médico é baseado em mérito, é avaliada a conformidade de cumprimento dos requisitos predeterminados.
Apesar de muitos países já implementarem um sistema remuneratório com base em valor, ele ainda sofre obstáculos no Brasil. Existem casos de sucesso, como o da operadora de saúde Vitallis.
Em junho de 2020, foi implementado um projeto piloto. Com mais de 360 mil beneficiários no Brasil, 5 mil empresas prestadoras de saúde, mais de 1 mil profissionais prestadores de saúde e mais de 1 mil funcionário, foram percebidas:
Apesar disso, a ANS destaca que as operadoras de saúde cortam gastos, mas nem sempre observam a qualidade dos serviços. Com isso, é impossível gerar valor em saúde e oferecer o cuidado adequado durante a jornada clínica do paciente.
Dentro desse contexto, os principais desafios para a implementação da remuneração baseada em valor são:
Percebe-se que é necessário mudar tanto os processos estabelecidos no sistema de saúde quanto o modelo remuneratório, que deve ser baseado em valor. Para ter sucesso, o ideal é contar com o auxílio dos agentes prestadores de serviços — médicos, operadoras de saúde e hospitais.
Por isso, a ANS ainda recomenda que o ideal não é impor o modelo de remuneração aos profissionais que apresentam resistência. O indicado é mostrar os aspectos positivos e fazer testes que comprovem a eficiência e a redução dos desperdícios, que geram a entrega de valor em saúde.
A forma mais adequada de alcançar bons resultados é usar uma plataforma de gestão de saúde baseada em valor. Com essa solução, é possível melhorar a qualidade assistencial a partir do acerto em 4 alvos assistenciais:
Para efetivar esse trabalho, a plataforma deve coltar dados assistenciais e econômicos de qualidade. Os algoritmos do agrupador e a inteligência artificial reunirão as informações e farão predições assistenciais e econômicas. Como resultado, as equipes de saúde têm mais potencial de tomar decisões acertadas e entregar valor aos pacientes.
Nesse processo, a inteligência artificial também implementa a gestão de risco 4P, ou seja:
Por meio dessa metodologia, todo o cuidado e a atenção são centrados no paciente. Ele participa do seu processo de melhora e se engaja no tratamento. Com isso, há redução e limitação dos riscos para garantir a entrega do valor em saúde.
Assim, fica claro que a remuneração baseada em valor é o melhor modelo para o sistema de saúde brasileiro. Por mais que seja uma transformação do cenário atual, vale a pena implementá-la para obter os resultados positivos futuros, que se resumem à entrega de valor.
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Direitos autorais: CC BY-NC-SA
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