Modelo Remuneratório

Vale a pena adotar o modelo de remuneração baseado em valor no Sistema Único de Saúde?

DRG Brasil
Postado em 15 de dezembro de 2022 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Existe, há algum tempo, uma discussão sobre a defasagem da tabela SUS para remunerar prestadores de serviços privados e filantrópicos. E, o debate sobre a possibilidade de o Governo Federal adotar outros modelos de remuneração está cada vez mais aquecido.

A proposta é mudar o modelo de remuneração por volume de atendimento para um pagamento mais justo, baseado em resultados e entrega de valor. Esse cenário traria mais benefícios à sociedade, que teria um atendimento mais responsável e com menos desperdícios. 

Mas, é necessário que tanto profissionais como gestores em saúde revisem a forma como lidam com os protocolos clínicos e estabeleçam uma nova linha de cuidado para que essa transformação possa ocorrer.

Sendo assim, neste artigo, queremos explicar as razões pelas quais adotar um modelo de remuneração baseado em valor é uma boa opção para instituições de saúde no SUS. Mostraremos também como o Grupo IAG Saúde está apoiando instituições hospitalares e operadoras de saúde na mudança do sistema remuneratório com o uso da plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil.

  • Vantagens do modelo de remuneração baseado em valor
  • Como a plataforma Valor Saúde Brasil auxilia no controle de desperdício?
  • Experiências de instituições do SUS com o DRG Brasil 

Vantagens do modelo de remuneração baseado em valor

De um modo geral, os serviços de medicina no Brasil são remunerados pela quantidade de atendimentos e não pela qualidade. 

O modelo atual vigente, denominado “fee for service”, pode estimular uma cultura de tratamentos desnecessários e onerosos, resultando na perda da qualidade assistencial, sem mencionar os desperdícios e perda de valor durante o atendimento médico.

O que está em discussão atualmente é um modelo alternativo. O Ministro da Saúde do Brasil em exercício, o médico Marcelo Queiroga, vem defendendo a correção da tabela do SUS, substituindo-a por uma remuneração baseada nos princípios da metodologia DRG (Diagnosis Related Groups).

O pagamento aconteceria conforme a complexidade de cada caso, o que não vemos hoje, uma vez que a remuneração se concretiza de forma única e sem levar em conta o risco de complicação e variáveis.

Ao invés de se pagar por um tratamento de pneumonia, por exemplo, a classificação levaria em conta a idade, gênero, doenças pré-existentes, peso, entre outras características. Assim, um hospital que trabalha com pacientes mais complexos seria remunerado de acordo com eles, tornando mais justa a forma como é feito.

Um modelo de remuneração baseado em valor proporciona muitas vantagens:

  • Uma relação de soma positiva (quanto maior a qualidade do serviço entregue, maior o lucro).
  • O reconhecimento econômico e justo pelo bom atendimento ao paciente.
  • O compartilhamento de ganhos econômicos, como também dos riscos envolvidos, entre hospital, operadora e médicos pela assistência de qualidade oferecida.
  • Um controle maior da sinistralidade pela entrega de valor.
  • Uso mais intenso da tecnologia em processos clínicos, reduzindo glosas hospitalares, por razões administrativas e técnicas, e outras ineficiências operacionais. 
  • Torna os processos mais acessíveis, com redução da burocracia e custos com auditoria.
  • O atendimento acontece conforme a complexidade de casos dos pacientes, o que diminui a incerteza nas relações entre médicos e pacientes.
  • O impacto econômico e assistencial da má qualidade do cuidado é considerado, o que estimula ações de melhoria contínua.
  • Há a aproximação entre paciente e familiares, os quais se engajam no cuidado médico e se aproximam da operadora e do hospital.
  • Há ainda o maior controle e eficiência na gestão de custos, corrigindo eventuais disfunções na entrega de valor. 

A plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil pode auxiliar as instituições de saúde a adotarem modelos de remuneração baseados em valor. É esse ponto que abordaremos no tópico a seguir.

Como a plataforma Valor Saúde Brasil auxilia no controle de desperdício?

A plataforma Valor Saúde Brasil tem como objetivo a estruturação de programas de governança clínica para entrega de valor, incentivando resultados assistenciais de qualidade focando em 4 passos: 

1. Coleta e integração de dados

Profissionais capacitados fazem a coleta de informações em saúde qualificadas, por leitura de prontuário e em dispositivos móveis à beira leito. Eles servem de base para a organização de saúde levantar insights e tomar decisões importantes, ao serem integradas aos dados econômicos da instituição.

2. Transformação de dados em informações

Sem interpretação, os dados não representam muito. É preciso ter uma leitura e avaliação para que as informações sejam claras e úteis. Nisso, a inteligência artificial e o algoritmo agrupador entram em ação. Essas tecnologias, juntas, fazem com que desfechos assistenciais e consumo de recursos tornem-se comparáveis e previsíveis.

3. Análise e comparação

O Analytics é o grande responsável por essa etapa. Ele cria painéis, gráficos e diagramas que ajudam a identificar desperdícios, mostram as diferentes condições de saúde de cada população e em que pontos estão localizadas as maiores disfunções assistenciais, que devem ser os focos de ação.

4. Entrega de valor em saúde

Com ações customizadas e alinhadas às necessidades das organizações, junto da centralização do paciente, é possível planejar melhores modelos assistenciais e remuneratórios, apropriados para a realidade local. Os aprendizados coletivos são contínuos, permitindo à organização a entrega de valor em saúde de forma constante.

Em um cenário de desperdício, a plataforma se torna uma ferramenta bastante útil, viabilizando um maior controle e planejamento dos recursos, alcançando uma gestão mais econômica e evitando gastos desnecessários.

Experiências de instituições do SUS com o DRG Brasil 

Já há experiências muito bem-sucedidas na utilização da plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil no SUS. Uma delas é na Prefeitura de Belo Horizonte, que usa, desde 2017, a ferramenta em sete hospitais  do município, que cobrem 50% dos leitos disponíveis para SUS,  para tentar reduzir desperdícios e prestar um melhor atendimento para a população.

“O balanço até o final de 2019 mostra que o número de leitos da cidade diminuiu, mas o número de internações aumentou em 2800 pacientes mensais. Os leitos vieram do controle do desperdício”, explica Renato Couto, presidente da IAG Saúde e cofundador da plataforma Valor Saúde Brasil. Segundo ele, o ganho de eficiência equivale a compra de um novo hospital de 300 leitos.

Em 2021, a experiência da PBH com o DRG recebeu o primeiro lugar no 6º Prêmio de Gestão para Resultados e Desenvolvimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - prêmio internacional por eficiência no tempo de internação hospitalar. Saiba mais detalhes sobre o uso do DRG pela prefeitura belo-horizontina e da premiação aqui.

O DRG Brasil também é usado por hospitais pertencentes a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo (FEHOFES). A metodologia foi implantada em 13 dos hospitais pertencentes à Federação com o objetivo de aumentar o gerenciamento de custos e a produtividade nas instituições de saúde, assim como elevar a qualidade da eficiência hospitalar por meio do fortalecimento da governança clínica.

Deseja saber mais sobre a plataforma Valor Saúde Brasil? Entre em contato com nossos especialistas!

*Texto construído com informações do Portal Futuro da Saúde


Créditos das imagens

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