Covid19

Sistema de saúde: como está sendo a preparação para o pós-pandemia e quais são os ensinamentos?

DRG Brasil
Postado em 5 de outubro de 2020 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Em uma crise sanitária, muitos processos precisam mudar no sistema de saúde público e privado. Esse é um dos principais ensinamentos da pandemia do coronavírus. Afinal, lidar com o aumento da demanda e garantir um bom atendimento com a lotação dos hospitais parece ser uma matemática impossível.

No entanto, é possível ultrapassar as dificuldades com boas práticas de gestão e foco em agregar valor em saúde. Ainda assim, pode ser difícil saber exatamente o que fazer para alcançar esse nível de eficiência.

Por isso, neste artigo vamos reunir os principais ensinamentos do período de pandemia, quais foram as mudanças feitas no sistema de saúde e como otimizar as ações de gestão nesse contexto. Vamos lá?

O início da pandemia de coronavírus

Os primeiros pacientes diagnosticados com a COVID-19 — doença gerada pelo novo coronavírus — surgiram em Wuhan, na China, em final de 2019. Na época, o médico Li Wenliang alertou sobre novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).

Contudo, as autoridades chinesas ainda tentavam controlar as informações. Isso levou à propagação rápida do vírus, especialmente em 2020. Como resultado, em março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia.

Até 28 de setembro de 2020, a OMS havia confirmado mais de 33 milhões de casos de COVID-19, com mais de 996 mil mortes. Além disso, em agosto, foi divulgado que apenas 10 países não registraram o surgimento da doença.

Em todos os casos, as fronteiras ficaram fechadas desde o começo da pandemia. Os países sem casos são:

  • Palau;
  • Micronésia;
  • Ilhas Marshall;
  • Nauru;
  • Kiribati;
  • Ilhas Salomão;
  • Tuvalu;
  • Samoa;
  • Vanuatu;
  • Tonga.

Quais são os sintomas causados?

máscara de médicos e enfermeiras como proteção a Covid-19.

Ainda de acordo com a OMS, os principais sintomas de COVID-19 são:

  • febre;
  • cansaço;
  • tosse seca.

Ainda há pacientes que apresentam:

  • dores;
  • congestão nasal;
  • dor de cabeça;
  • conjuntivite;
  • dor de garganta;
  • diarreia;
  • perda de paladar ou olfato;
  • erupção cutânea ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés.

Todos os sintomas, normalmente, começam de forma leve e gradual. Além disso, a depender do paciente, uns afetam mais do que outros. Ainda há quem não os sinta por ser assintomático. De toda forma, esses pacientes podem transmitir o vírus.

Por isso, é fundamental seguir as medidas de proteção, ou seja, lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, usar máscaras, ficar a 1,5 m de distância de outras pessoas, evitar aglomeração e cobrir a boca com o antebraço ao espirrar ou tossir.

Como outros países lidaram com a situação?

O sistema de saúde de outros países sofreram tanto quanto o do Brasil com a pandemia do novo coronavírus. Até mesmo aqueles com alta taxa de leitos de UTI per capita tiveram que acrescentar outros para atender ao pico da demanda por hospitalização.

De modo geral, aquelas nações que se saíram melhor fizeram uma quarentena mais ampla. Em vários países, como a França, era proibido sair de casa. A quem tivesse que ir ao supermercado ou à farmácia, por exemplo, era necessário preencher um formulário do governo e apresentá-lo às autoridades.

Outros países que relaxaram nas medidas de proteção tiveram seus sistemas de saúde colapsados. Dois exemplos são a Itália e os Estados Unidos. No primeiro caso, com mais de 60 milhões de habitantes, já foram quase 36 mil mortes, segundo dados de final de setembro.

Já os Estados Unidos, com mais de 333,5 milhões de habitantes teve mais de 204,7 mil mortes. As duas nações já foram consideradas o epicentro da pandemia, isto é, os locais que mais tinham casos em determinado momento.

As mudanças feitas no SUS e no sistema privado de saúde

Para enfrentar a pandemia, os sistemas de saúde público e privado tiveram que fazer diferentes mudanças. No SUS, uma das iniciativas foi a montagem dos hospitais de campanha, a fim de atender à demanda exponencial da curva de contágio.

Outras medidas adotadas foram:

  • contratação de mais profissionais de saúde;
  • compra de mais quantidades de insumos;
  • aquisição de equipamentos hospitalares, como respiradores;
  • preparação dos profissionais de saúde por meio de protocolos preventivos, assistenciais e treinamentos.

Em relação ao sistema privado de saúde, também houve aumento do número de leitos, em alguns casos, até para atender à demanda do SUS. Além dessas medidas já citadas, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também monitorou a situação das operadoras.

Um dos quesitos avaliados foi a utilização de serviços de saúde hospitalares. Esse item representou 32,69% das despesas assistenciais em 2019. Para ter uma ideia, a taxa mensal de ocupação de leitos de COVID-19 foi de 9% para 47% em abril de 2020.

É importante destacar que, no Brasil, o teste da COVID-19 é gratuito pelo SUS. A justiça também obrigou as operadoras de saúde a arcarem com esse custo, no caso dos pacientes com convênios médicos.

Dificuldades dos hospitais

O grande desafio do sistema de saúde na pandemia do novo coronavírus é ter capacidade para atender a todos os pacientes contaminados, bem como aqueles com outras doenças. Isso leva a uma superlotação dos leitos dos hospitais.

Para ter uma ideia, o SUS — maior sistema de saúde público do mundo — tinha uma média de 2,62 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes. Essa era a média de março de 2020.

Ainda assim, um estudo mostrou que 72% das regiões têm um total de leitos inferior ao mínimo necessário. Além disso, 30% têm uma situação particularmente vulnerável por terem falta de leitos de UTI e mortalidade em condições semelhantes à da COVID-19 acima da média nacional.

Em todas essas situações, tornou-se necessário o alinhamento entre o sistema de saúde privado e o público. Ao mesmo tempo, o investimento no setor se tornou fundamental.

Em suma, diante do cenário de superlotação e demanda excessiva por atendimento, agregar valor em saúde é um desafio. Com isso, a alternativa foi trazer robustez ao orçamento para otimizá-lo e garantir a boa distribuição dos recursos financeiros, físicos, humanos e materiais.

Os ensinamentos do pós-pandemia para o sistema de saúde

Com a necessidade de disponibilizar um número de leitos suficientes para a internação dos pacientes, ficou clara a importância de traçar estratégias de prioridade de alocação de recursos. Aqui, entra a relevância de agregar valor em saúde.

Com o pico da pandemia tendo passado, os sistemas de saúde estaduais e municipais já começam a desmontar os hospitais de campanha. Em muitos lugares, as instalações e os aparelhos — como os respiradores — estão sendo redirecionados para outras unidades.

Alguns hospitais de campanha também devem continuar montados até o final da pandemia. Um exemplo é o hospital municipal no Riocentro, no Rio de Janeiro, que segue ativo por determinação judicial.

No sistema privado, a saúde continua sendo tratada com prioridade. O principal ensinamento é a capacidade de lidar com o aumento da demanda e fazer uma boa gestão de saúde.

Nesse cenário, o gestor tem o dever de garantir um processo eficaz e completo. Para isso, é importante adotar algumas boas práticas:

  • tomar decisões relevantes e baseadas em dados, a fim de decidir qual é o momento de aumentar ou diminuir a quantidade de leitos e definir como os equipamentos serão redistribuídos;
  • ter acesso a fontes confiáveis de dados, que possam contribuir para a análise de perspectivas possíveis para o pós-pandemia;
  • agregar valor em saúde ao colocar o paciente como centro dos cuidados e manter uma comunicação ativa com eles e suas famílias;
  • adotar a telemedicina, quando possível, para evitar deslocamentos e aglomerações desnecessários, assim como otimizar o atendimento aos pacientes;
  • contar com uma plataforma de gestão em saúde baseada em valor, que melhore a qualidade assistencial e evite desperdícios;
  • reduzir o desperdício, porque é daí que virão os recursos para o sistema de saúde — afinal de contas, o inverso de desperdício é valor;
  • utilizar cada vez mais a tecnologia, como modelos preditivos, inteligência artificial, machine learning, integração, apoio automatizado para codificação hospitalar;
  • valorizar os profissionais de saúde, por exemplo, remuneração por mérito, criação de oportunidades de trabalho remoto para codificadores e mais segurança para o trabalhador da linha de frente, por exemplo;
  • praticar a construção coletiva de conhecimento, como no modelo de plataforma, a construção dos processos utiliza a sabedoria e os aprendizados coletivos para a resolução de problemas e desenvolvimento de soluções inovadoras.

A partir dessas recomendações, seu hospital e todo o sistema de saúde estarão mais preparados para enfrentar o coronavírus e suas consequências no pós-pandemia. Ao ter o apoio da plataforma Valor em Saúde, você foca a governança clínica e tem capacidade de melhorar o atendimento aos pacientes.

Achou interessante esse cenário do pós-pandemia? Aprofunde suas informações lendo sobre o mercado da saúde e a retomada para sair fortalecido da crise.

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