O acesso à saúde de qualidade é direito de todos, independentemente de idade, gênero, classe social, cor ou orientação sexual. Essa premissa, além de traduzir o princípio da universalidade, tem uma relação direta com a equidade na saúde. Esse costuma ser lembrado em períodos eleitorais, quando os candidatos tentam trazer propostas inovadoras para melhorar o atendimento aos cidadãos ao mesmo tempo que freiam desperdícios.
Porém, foi devido à pandemia da Covid-19 que o termo “equidade na saúde” se tornou de extrema relevância — especialmente na aplicação dos seus princípios em relação ao Calendário de Vacinação no combate à doença, estabelecendo prioridade a grupos de risco. Já na 4.ª dose do imunizante, a vacina está disponível para idosos acima de 60 anos.
Neste artigo, vamos abordar o conceito de equidade na saúde e sua relação com a entrega de valor, apresentando algumas das principais ações para a sua promoção e entrega com valor agregado. Boa leitura!
O SUS (Sistema Único de Saúde) tem como princípio a integralidade que norteia as suas ações e atua junto a outros, a exemplo da universalidade e da equidade, tendo como objetivo atender os usuários em todas as demandas. Ele envolve ações voltadas à atenção primária, secundária e terciária.
A concepção de equidade na saúde é um dos grandes princípios norteadores do SUS. No entanto, esse termo não está explícito em sua principal norma, a Lei Nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, já que só passou a ser incorporado nas discussões após a sua promulgação.
O conceito de equidade na saúde foi formulado por Margaret Whitehead, fundadora do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Pesquisas de Políticas sobre os Determinantes Sociais da Saúde, que integrou a ideia de justiça à distribuição igualitária.
Nos últimos 30 anos, Margaret se dedicou aos estudos da falta de equidade em saúde e, em 2018, foi nomeada como "Mulher Destaque na Medicina", pela Royal College of Physicians (RCP), no Reino Unido.
O principal objetivo na aplicação desse conceito é estabelecer uma abordagem positiva em benefício dos mais desfavorecidos ou daqueles que, em determinado momento, estejam necessitando de mais atenção. Na prática, qualquer pessoa, chegando a um hospital, teria o direito ao atendimento. No entanto, determinados indivíduos contariam com prioridade, a depender da situação.
Exemplo disso pode ser conferido com a classificação para o atendimento de pacientes, considerando o risco. Nesse caso, a preferência é definida combinando critérios de ordem de chegada, urgência e gravidade. Assim, uma vítima de acidente grave terá direito a passar na frente de quem não precisa de um atendimento tão urgente.
O princípio de equidade ganhou enorme relevância no contexto da Covid-19. A propósito, há um apelo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aos países, solicitando que reflitam sobre os milhões de pessoas deixadas para trás devido à falta de acesso às vacinas contra essa doença.Para Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, devemos empreender “esforços extraordinários para que os mais desfavorecidos e vulneráveis não sejam deixados para trás ou deixados de fora da agenda de mudanças climáticas e saúde”.
A ideia da entrega de valor é proporcionar ao paciente resultados em saúde, com qualidade assistencial e redução de desperdícios. A equidade na saúde, relacionada à entrega de valor, pode ser reconhecida quando gerimos os recursos de maneira otimizada e distribuímos a diferentes grupos — enquanto consideramos uma igualdade justa e maximizamos o valor a toda a população.
Essa relação pode ser identificada quando o sistema de saúde disponibiliza mais leitos a hospitais com maior número de pacientes em situação grave devido à Covid-19, por exemplo.
Além disso, a equidade em saúde deve ser aplicada na gestão de custos, a fim de evitar desperdícios de procedimentos médicos, problema que causou um gasto de R$ 28 bilhões aos planos de saúde, em 2017.
Além de intensificar a eficiência do uso do leito, empreender esforços para inclusão de todos no Calendário de Vacinação e gerenciar os custos, outras ações para estimular a equidade e o cuidado baseado em valor são:
Dessa forma, devemos considerar que a equidade na saúde é um princípio relacionado às políticas do SUS, como já comentamos, no entanto, vale dizer que ela pode — e deve — ser praticada por todo o sistema de saúde brasileiro: operadoras da saúde suplementar, hospitais privados, empresas contratantes de planos, empresas fornecedoras de consultoria e de tecnologia etc.
Com isso, todos os grupos (pacientes, médicos, gestores de hospitais) se beneficiam.
Para promover a equidade na saúde e entregar mais valor, é preciso, antes de qualquer ação, compreender ambos os conceitos em seus reais significados. Além disso, é essencial adotar métricas para avaliar se os serviços prestados, bem como os procedimentos, conseguem agregar valor.
A seguir, veja algumas das principais ações com esse objetivo.
Quando falamos nessa concepção, é importante diferenciá-la de igualdade, já que essa significa a distribuição homogênea a todos da mesma quantidade de bens. Já a equidade relaciona-se à noção de justiça e de equiparação, de modo a promover não a mesma quantidade de recursos, mas sim o equilíbrio de acordo com a necessidade.
Isso pode ser medido no momento de fazer a gestão de leitos, na avaliação de riscos do paciente e na decisão sobre os procedimentos a serem solicitados, por exemplo.
Valor em Saúde é a qualidade da assistência dividida pelo seu custo. Ele também pode ser conferido ao entregar:
Auditoria hospitalar é um processo interno alimentado por informações sobre a rotina da instituição, com o objetivo de otimizar a gestão, entregar mais valor no atendimento e reduzir custos. A meta deve ser o atingimento da qualidade em serviços de saúde, com base em melhorias contínuas.
É necessário medir os resultados em saúde entregues à população, já que, somente dessa forma, conseguimos saber se os recursos têm sido bem aproveitados e se a qualidade é realmente entregue. É também com essa mensuração que temos como identificar gargalos e estabelecer ações adequadas para melhorar os modelos assistenciais e remuneratórios na saúde.
Os atributos importantes no momento dessa avaliação, que conferem valor a um sistema de saúde, são:
A equidade e a entrega de valor envolvem outras premissas como a gestão de riscos 4P, pois colocam o paciente enquanto centro das atenções. Ela tem como base os seguintes preceitos:
A remuneração baseada em valor — diferentemente daquela que remunera por quantidade de procedimentos — considera a qualidade dos serviços e os resultados obtidos no processo de assistência ao paciente.
Trata-se de uma forma justa de remunerar e, por isso, equitativa de medir o mérito médico, já que o paciente se torna o centro, a gestão de riscos 4P é favorecida, e o modelo de saúde ganha mais sustentabilidade.
Não é possível pensar na adoção de ações voltadas à equidade e à entrega de valor sem empregar tecnologia de ponta. Somente a partir da coleta, transformação, análise e comparação de dados as instituições conseguem visualizar e entender os seus principais gargalos. Com isso, é possível planejar ações adequadas, com foco em melhoria contínua, para o alcance da excelência em prestação de serviços de saúde.
A plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil vem ao encontro dessa necessidade, pois apresenta recursos tecnológicos avançados como Big Data, Inteligência Artificial e Analytics para promover uma gestão mais eficiente e tomada de decisões mais seguras. A ferramenta proporciona os seguintes benefícios:
Exemplo da eficiência da plataforma em gerar equidade agregando valor é a habilitação da disponibilização de leitos para pacientes com Covid-19. Uma das influências nesse sentido é o risco de dar alta a pessoas que necessitam de mais tempo para a estabilização do quadro clínico.
Por meio da codificação de dados admissionais do paciente no app DRG Brasil Inteligência Artificial, que pode ser realizada à beira do leito e atualizada com novos diagnósticos e procedimentos, gestores e médicos conseguem a informação de maneira instantânea sobre previsão de alta.
Nesse sentido, a plataforma Valor Saúde Brasil é uma potente ferramenta de governança clínica que auxilia todos os envolvidos na entrega de valor ao paciente, melhorando a sua experiência e ampliando o seu acesso.
Como mostramos neste artigo, falar em equidade na saúde é debater sobre políticas e formas de gestão que visem propiciar serviços de saúde mais justos e equiparados. Relacionar esse significado à saúde baseada em valor nos leva, ainda, a pensar na entrega de qualidade com sustentabilidade, colocando o paciente no centro das atenções — conceitos que devem nortear as ações tanto da rede pública quanto da privada.
Está preparado para transformar seus serviços e sua gestão em saúde? Conheça a plataforma DRG Brasil e usufrua de mais economia e segurança!
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