Modelo Remuneratório

Remuneração de funcionários públicos da saúde e a entrega de valor

DRG Brasil
Postado em 8 de setembro de 2022 - Atualizado em 28 de setembro de 2023

Os funcionários públicos são fundamentais para o Sistema Único de Saúde brasileiro e para a manutenção de todo o mercado da saúde. Afinal, eles são responsáveis por diversas atividades — desde exercer normas legais e regulamentares, até a assistência direta nos mais diversos cenários.

Portanto, é muito importante discutir os modelos de remuneração desses profissionais para alcançarmos maior eficiência na oferta de cuidados aos pacientes.

Para isso, as estratégias de saúde baseada em valor podem ser utilizadas, visto que oferecem processos centrados no paciente e práticas de melhoria contínua desde a gestão até a linha de frente. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

Remuneração de funcionários e modelos de pagamento

No setor saúde, assim como em diversos mercados, os servidores podem ser:

● efetivos, os quais estão sujeitos ao Regime Estatutário;

● celetistas (empregados públicos), que são contratados de acordo com a CLT;

●  temporários por contratos administrativos, os quais permitem maior flexibilidade nos termos.

Nos dois últimos casos, a contratação baseada em resultados é uma possibilidade viável. É feito um acordo contratual entre a instituição e o profissional com níveis de remuneração baseados nos resultados de saúde dos pacientes. Com esse tipo de relação contratual, o pagamento do salário é proporcional à entrega estabelecida no instrumento de contratação.

O uso de pagamentos por incentivos baseados em desfechos claros pode ser uma ótima maneira de fazer a remuneração baseada em valor na saúde pública. Ela pode ser aplicada, até mesmo, aos estatutários.

Esse modelo recompensa os funcionários por atingirem determinadas metas relacionadas aos resultados descritos previamente. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de abonos e gratificações, os quais são permitidos pela legislação estatutária.

Outra estratégia perfeitamente adequada para os profissionais efetivos é atrelar à entrega de resultados à progressão na carreira, isto é, os profissionais e os hospitais públicos que mantiverem bons indicadores e alcançarem os objetivos do planejamento terão um avanço mais rápido nos níveis de remuneração.

Para melhorar a qualidade da saúde pública, é fundamental sair de um modelo de progressão de carreira baseado apenas em antiguidade.

O objetivo é engajá-los no cuidado longitudinal e mitigar os fatores de risco para evitar complicações. Nesse caso, os benefícios para o médico são baseados em critérios como:

● capacidade de vincular e manter o engajamento do paciente com o tratamento;

● aderência aos protocolos clínicos (como a requisição de exames em tempo oportuno);

●  estabilização da doença de base.

Por exemplo, o médico da atenção primária pode receber maior remuneração de acordo com:

● a proporção de diabéticos com hemoglobina glicada dentro da meta em exames semestrais;

● o número de pessoas diabéticas que aderem ao acompanhamento trimestral;

●  o número de novos diabéticos identificados em sua área de abrangência.

Em um hospital, os modelos de remuneração podem ser utilizados pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) e pela gestão a partir dos seguintes critérios:

● o número de prescrições de antibióticos em que o médico seguiu práticas ou protocolos de terapia antimicrobiana racional;

taxa de infecção hospitalar ou de reinternação;

●  avaliação do paciente a respeito da qualidade da assistência prestada durante a internação.

Remuneração baseada em valor

Os modelos de pagamento baseados em valor estão rapidamente se tornando o novo padrão no setor de saúde. Na rede privada, muitos provedores trabalham para implementar modelos de pagamento baseados em valor para gerar melhores desfechos aos pacientes e otimizar a eficiência dos gastos.

Na rede pública, a remuneração do funcionalismo é regulada pela legislação administrativa, a qual traz algumas limitações. Isso faz com que muitas pessoas pensem que os modelos de remuneração baseados em valor podem ser difíceis de implementar.

Para desmistificar esse conceito, é possível citar a bonificação por performance realizada pela Fhemig, rede hospitalar do Estado de Minas Gerais. Com a plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil, o serviço público efetivou o pagamento por valor ao seus funcionários garantindo a entrega de valor em saúde para todo o ecossistema.

Veja algumas etapas do projeto da Fhemig, as quais podem ser adotadas em qualquer instituição pública.

Definir os resultados desejados

O primeiro passo na jornada para a compensação baseada em valor é definir os resultados desejados ao final do projeto:

● O que você está tentando realizar com esses novos modelos?

● Em quais resultados você deseja que os profissionais se concentrem?

●  Quais resultados você deseja gerar para seus pacientes?

É importante delinear claramente os resultados desejados e sua organização estará mais bem equipada ao medir o sucesso durante a transição para a remuneração baseada em valor.

Medir e acompanhar os resultados

Depois de definir seus resultados, é hora de medi-los ao longo do tempo. A mensuração dos desfechos não é uma tarefa a ser feita apenas no início e no final de um projeto. Ela deve ser executada diariamente. Para isso, é imprescindível contar com uma plataforma de governança clínica que:

● colete dados em tempo real;

● analise tais informações com ferramentas de inteligência artificial, retornando os indicadores e os dados necessários para a tomada de decisão no dia a dia do serviço;

● permita a auditoria interna e externa das informações;

●consiga avaliar os resultados individuais de cada profissional para calcular os incentivos remuneratórios mais pertinentes.

Com isso, o incentivo é recebido apenas por quem realmente gerou valor ao paciente e à instituição de forma objetiva.

Reavaliar as ofertas de cuidados atuais

Por fim, à medida que você começa a implementar a remuneração baseada em valor na área da saúde, é importante reexaminar suas ofertas atuais:

● Quais os serviços que sua instituição oferece?

● Quais procedimentos são mais comuns em sua prática?

● Que tratamentos estão incluídos nos protocolos assistenciais?

●  Quais são suas políticas em relação aos cuidados?

Cada um desses itens deve ser reavaliado ao longo do tempo à medida que seu serviço implementa e executa o projeto. Se um procedimento ou conduta não estiver contribuindo para os resultados desejados, talvez seja hora de alterar sua oferta.

Para isso, implemente processos baseados no ciclo de melhoria contínua, o PDCA, em que seu serviço:

● Plan (Planejar) — Planeja as ações;

● Do (fazer) — Executa as ações conforme o que foi estabelecido no planejamento;

● Measure (medir) — Mede os resultados continuadamente;

● Act (agir) — Implementa ações corretivas para garantir que os desfechos desejados sejam alcançados.

Isso permite que a instituição sob sua gestão:

● reavalie quais serviços são críticos para sua prática e ofereça-os aos pacientes;

● certifique-se de incluir apenas procedimentos, exames e tratamentos em seu padrão de atendimento que sejam necessários para bons desfechos de saúde para o paciente.

Consequentemente, isso ajudará a evitar custos desnecessários e gerar melhores resultados.

A importância de modelos remuneratórios baseados em valor

A melhor maneira de começar a implementar a compensação baseada em valor na área da saúde é oferecer cuidados certos, com recursos certos para o paciente. Isso significa focar nos objetivos e nos resultados na experiência positiva do paciente em vez dos procedimentos e diagnósticos que os trouxeram ao serviço.

Ao fazer a transição para a remuneração baseada em valor, concentre-se no que é mais importante para seus pacientes:

● Do que eles precisam?

● O que eles querem?

●  O que você pode fazer para ajudá-los a alcançar seus objetivos de saúde?

Essa é a melhor maneira de gerar resultados positivos e duradouros em seus pacientes.

Portanto, os modelos de remuneração a partir de resultados são um dos pilares da saúde baseada em valor. Eles se adéquam muito bem à saúde pública, como você poderá conferir no case da Fhemig, apresentado durante a Jornada Valor em Saúde Brasil, edição 2021.

Além disso, permitem a implementação de uma assistência centrada no paciente de ponta a ponta. Com isso, oferecem um reforço positivo aos profissionais que se comprometem com a qualidade e impulsionam a ação de quem está na inércia.

Quer saber mais sobre a implementação da saúde baseada em valor em hospitais do SUS? Não deixe de conferir este material sobre o tema!


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